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Educação
A grande obra que lhe era confiada, desejava fazê-la com o maior
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êxito possível, e pôs sua confiança toda no poder divino. Sentiu sua
necessidade de auxílio, pediu-o, adquiriu-o pela fé, e saiu na certeza
de manter a força.
Tal foi a experiência que Moisés alcançou com os quarenta anos
de preparo no deserto. Para comunicar tal experiência, a Sabedoria
Infinita não considerou demasiado longo o período nem excessiva-
mente grande o preço.
Os resultados daquele preparo, e das lições então ensinadas,
ligam-se intimamente, não só à história de Israel, mas a tudo que
desde aquele tempo até hoje tem contribuído para o progresso do
mundo. O mais elevado testemunho da grandeza de Moisés, ou seja,
o juízo feito de sua vida pela Inspiração, é: “Nunca mais se levantou
em Israel profeta algum como Moisés, a quem o Senhor conhecera
cara a cara.”
Deuteronômio 34:10
.
Paulo, alegre no serviço
Com a fé e experiência dos discípulos galileus que haviam feito
companhia a Jesus, encontraram-se reunidos na obra do evangelho o
indômito vigor e o poder intelectual de um rabi de Jerusalém. Ci-
dadão romano, nascido numa cidade gentílica, e judeu não somente
por descendência mas por ensinos recebidos em toda sua vida, por
patriotismo e religião; educado em Jerusalém pelo mais eminente
dos rabis, e instruído em todas as leis e tradições dos pais, Saulo de
Tarso participava no maior grau do orgulho e dos preconceitos de
sua nação. Ainda jovem, tornou-se honrado membro do Sinédrio.
Era considerado homem promissor, zeloso defensor da antiga fé.
Nas escolas teológicas da Judéia, a Palavra de Deus tinha sido
preterida pelas especulações humanas; tinha sido privada de seu
poder pelas interpretações e tradições dos rabis. Exaltação própria,
amor ao domínio, cioso exclusivismo, fanatismo e orgulho desde-
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nhoso, eram os princípios e motivos que regiam estes ensinadores.
Os rabis gloriavam-se em sua superioridade não somente sobre o
povo de outras nações, mas também sobre a multidão de seu próprio
país. Com ódio feroz a seus opressores romanos, acariciavam a
resolução de recuperar pela força das armas sua supremacia nacional.
Aos seguidores de Jesus, cuja mensagem de paz era tão contrária