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Uma ilustração de seus métodos
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O poder transformador de Cristo
Dos doze discípulos, quatro deviam desempenhar papel saliente,
cada um em um ramo distinto. Na preparação para tal, Cristo os
ensinou, prevendo tudo. Tiago, destinado a próxima morte à espada;
João, o que dentre os irmãos por mais tempo devia seguir seu Mes-
tre nos trabalhos e perseguições; Pedro, o pioneiro em transpor as
barreiras dos séculos e ensinar ao mundo gentio; e Judas, capaz de
ascendência sobre seus irmãos, no serviço, e não obstante alimen-
tando em sua alma propósitos cujos frutos ele mal sonhava — eram
todos estes o objeto da maior solicitude de Cristo, e os que recebiam
as Suas mais freqüentes e cuidadosas instruções.
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Pedro, Tiago e João procuravam toda oportunidade de entrar em
íntimo contato com seu Mestre, e seu desejo era satisfeito. Dentre
os doze, sua relação para com Ele era mais íntima. João poderia
satisfazer-se apenas com uma intimidade ainda maior, e isto ele ob-
teve. Naquela primeira conversa ao lado do Jordão, quando André,
tendo ouvido a Jesus, correu a chamar seu irmão, João estava sen-
tado em silêncio, extasiado na meditação de maravilhosos assuntos.
Seguiu o Salvador, sempre como um ouvinte ávido e embevecido.
Entretanto, o caráter de João não era irrepreensível. Ele não era um
entusiasta gentil, sonhador. Ele e seu irmão foram chamados “filhos
do trovão”.
Marcos 3:17
. João era orgulhoso, ambicioso e de espírito
combativo; mas por sob tudo isto o divino Mestre divisou o coração
ardente, sincero e amante. Jesus censurou-lhe o egoísmo, frustrou-
lhe as ambições, provou-lhe a fé. Revelou-lhe, porém, aquilo por
que sua alma anelava — a beleza da santidade, Seu próprio amor
transformador. Disse Ele: “Manifestei o Teu nome aos homens que
do mundo Me deste.”
João 17:6
.
A natureza de João anelava amor, simpatia e companhia. Ele se
achegava a Jesus, sentava-se a Seu lado, recostava-se-Lhe ao peito.
Assim como a flor sorve o orvalho e a luz, bebia ele da luz e vida
divinas. Contemplou o Salvador em adoração e amor, até que a
semelhança de Cristo e comunhão com Ele se tornaram seu único
desejo, e em seu caráter se refletiu o caráter do Mestre.
“Vede”, disse ele, “quão grande caridade nos tem concedido o
Pai: que fôssemos chamados filhos de Deus. Por isso o mundo nos
não conhece; porque O não conhece a Ele. Amados, agora somos