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O julgamento de Cristo
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Recordaram-se das cenas que tinham testemunhado, dos milagres
que tinham visto Jesus realizar ao curar os doentes, abrir os olhos
aos cegos, desobstruir os ouvidos surdos, repreender e expelir os
demônios, e restituir a vida aos mortos, e mesmo acalmar os ventos
e o mar.
Não podiam crer que Ele morreria. Esperavam que ainda Se
levantasse com poder, e com Sua voz soberana dispersas-se aquela
multidão sedenta de sangue, como o fizera quando entrara no templo
e expulsara os que estavam a fazer da casa de Deus lugar de merca-
dorias, e quando fugiram de diante dEle como se fossem perseguidos
por um grupo de soldados armados. Os discípulos esperavam que
Jesus manifestasse Seu poder e convencesse todos de que Ele era o
Rei de Israel.
[216]
A confissão de Judas
Judas ficou cheio de amargurado remorso e vergonha pelo seu
traiçoeiro ato de entregar a Jesus. E, quando testemunhou os maus-
tratos que o Salvador suportava, ficou vencido. Havia amado a Jesus,
mas amara mais o dinheiro. Não pensara que Jesus tolerasse o
ser preso pela turba que ele guiara. Esperara que Ele operasse um
milagre, e deles Se libertasse. Mas, quando viu a multidão enfurecida
na audiência, sedenta de sangue, sentiu profundamente a sua falta;
e, enquanto muitos estavam veementemente a acusar Jesus, Judas
precipitou-se através da multidão confessando que tinha pecado,
traindo sangue inocente. Ofereceu aos sacerdotes o dinheiro que lhe
haviam pago e rogou-lhes que livrassem a Jesus, declarando que Ele
era inteiramente inocente.
Por um pouco de tempo o vexame e a confusão conservaram os
sacerdotes em silêncio. Não desejavam que o povo soubesse haverem
eles assalariado um dos professos seguidores de Jesus para traí-Lo e
Lho entregar. Desejavam ocultar o terem eles acossado a Jesus como
a um ladrão e O haverem preso secretamente. Mas a confissão de
Judas e sua aparência descomposta, criminosa, desmascararam os
sacerdotes perante a multidão, mostrando que foi o ódio que os fizera
prender a Jesus. Ao declarar Judas em alta voz que Jesus era inocente,
replicaram os sacerdotes: “Que nos importa? Isso é contigo.”
Mateus
27:4
. Eles tinham Jesus em seu poder, e estavam decididos a mantê-