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O mistério da iniqüidade
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gigantesco sistema de religião falsa é a obra-prima do poder de
Satanás — monumento de seus esforços para sentar-se sobre o trono
e governar a Terra segundo a sua vontade.
Para conseguir proveitos e honras mundanas, a igreja foi levada
a buscar o favor e apoio dos grandes homens da Terra; e, havendo
assim rejeitado a Cristo, foi induzida a prestar obediência ao repre-
sentante de Satanás — o bispo de Roma.
Uma das principais doutrinas do romanismo é que o papa é a
cabeça visível da igreja universal de Cristo, investido de autoridade
suprema sobre os bispos e pastores em todas as partes do mundo.
Mais do que isto, o papa se arrogou os próprios títulos da Divindade.
Satanás bem sabia que as Escrituras Sagradas habilitariam os
homens a discernir seus enganos e resistir a seu poder. Foi pela
Palavra que o mesmo Salvador do mundo resistiu a seus ataques. Em
cada assalto Cristo apresentou o escudo da verdade eterna, dizendo:
“Está escrito.” A cada sugestão do adversário, opunha a sabedoria
e poder da Palavra. A fim de Satanás manter o seu domínio sobre
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os homens e estabelecer a autoridade do usurpador papal, deveria
conservá-los na ignorância das Escrituras. A Bíblia exaltaria a Deus
e colocaria o homem finito em sua verdadeira posição; portanto,
suas sagradas verdades deveriam ser ocultadas e suprimidas. Esta
lógica foi adotada pela Igreja de Roma. Durante séculos a circulação
da Escritura foi proibida. Ao povo era vedado lê-la ou tê-la em casa,
e sacerdotes e prelados sem escrúpulos interpretavam-lhe os ensinos
de modo a favorecerem suas pretensões. Assim o chefe da igreja
veio a ser quase universalmente reconhecido como vigário de Deus
na Terra, dotado de autoridade suprema sobre a igreja e o Estado.
Mudados os tempos e as leis
Suprimido o revelador do erro, agiu Satanás a seu bel-prazer.
A profecia declarara que o papado havia de cuidar “em mudar os
tempos e a lei”.
Daniel 7:25
. Para cumprir esta obra não foi va-
garoso. A fim de proporcionar aos conversos do paganismo uma
substituição à adoração de ídolos, e promover assim sua aceitação
nominal do cristianismo, foi gradualmente introduzida no culto cris-
tão a adoração de imagens e relíquias. O decreto de um concílio
geral estabeleceu, por fim, este sistema de idolatria papista. Para