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O dilúvio
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Deus deu a todos que desejassem a oportunidade de arrepender-
se e voltar-se para Ele. Mas não creram na pregação de Noé. Zom-
baram de suas advertências e ridicularizaram a construção daquele
imenso navio em terra seca. Os esforços de Noé para reformar seus
compatriotas não tiveram êxito. Mas, por mais de cem anos ele per-
severou em seus esforços para que os homens se arrependessem e
voltassem a Deus. Cada pancada desferida sobre a arca pregava para
o povo. Noé dirigia, pregava e trabalhava, enquanto o povo olhava
com espanto e o considerava um fanático.
Construindo a arca
Deus deu a Noé as dimensões exatas da arca, e instruções ex-
plícitas com relação à sua construção em todos os pormenores. Em
muitos sentidos ela não foi feita como um navio, mas preparada
como uma casa; a base como um casco que pudesse flutuar sobre
a água. Não existiam janelas nos lados da arca. Tinha três andares
e a luz era recebida de uma janela na cobertura. A porta ficava ao
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lado. Os diferentes compartimentos para a recepção de diferentes
animais foram feitos de maneira que a janela do alto iluminasse a
todos. A arca foi feita de cipreste ou madeira de Gofer, a qual estaria
isenta de apodrecimento por centenas de anos. Era uma construção
de grande durabilidade, que nenhuma sabedoria de homem poderia
inventar. Deus fora o planejador, e Noé o construtor-chefe.
Depois de Noé ter feito tudo ao seu alcance para fazer correta-
mente cada parte do trabalho, era impossível que ela pudesse por si
mesma resistir à violência da tempestade que Deus em Sua ardente
ira ia trazer sobre a Terra. O trabalho de acabamento da construção
foi um processo lento. Cada peça de madeira foi cuidadosamente
ajustada e todas as juntas cobertas com piche. Tudo o que o homem
podia fazer se fez, para tornar perfeito o trabalho; e, afinal, depois
de tudo isto, unicamente Deus podia preservar a construção sobre
furiosas e altas ondas, pelo Seu miraculoso poder.
A multidão a princípio aparentemente recebeu a advertência de
Noé, todavia não se voltou para Deus em verdadeiro arrependimento.
Houve algum tempo a eles dado antes que o dilúvio viesse, no qual
foram colocados em graça — para serem provados e testados. Fa-
lharam em suportar a prova. A degeneração prevalecente venceu-os,