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Obreiros Evangélicos
que não é senão um instrumento, e que deve ser passivo nas mãos
do Mestre. Sobrevêm-lhe provações; pois a menos que seja assim
provado, nunca poderá reconhecer sua falta de sabedoria e experiên-
cia. Mas, se buscar ao Senhor com humildade e confiança, todas as
provas contribuirão para seu bem. Talvez pareça fracassar por vezes,
mas esse aparente fracasso pode ser o instrumento de Deus para o
fazer avançar realmente, e pode importar num melhor conhecimento
de si mesmo e numa confiança mais firme no Céu. Ele pode ainda
cometer erros, mas aprenderá a não os repetir. Torna-se mais forte
para resistir ao mal, e outros colhem benefícios de seu exemplo.
Humildade
O ministro de Deus deve possuir, em alto grau, a humildade. Os
que possuem mais profunda experiência nas coisas de Deus, são
os que mais se afastam do orgulho e da presunção. Como tenham
elevada concepção da glória de Deus, sentem que lhes é demasiado
honroso ocupar o mais humilde lugar em Seu serviço.
[143]
Quando Moisés desceu do monte depois de quarenta dias passa-
dos em comunhão com Deus, não sabia que seu rosto resplandecia
com um brilho que atemorizava os que o viam.
Paulo possuía uma bem humilde opinião de seus progressos
na vida cristã. Fala de si mesmo como do principal dos pecadores.
E diz ainda: “Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito.”
Filipenses 3:12
. E todavia Paulo fora altamente honrado pelo Senhor.
Nosso Salvador declarou que João Batista era o maior dos profe-
tas; no entanto, quando interrogado se era o Cristo, João declarou
ser indigno sequer de desatar as alparcas de seu Senhor. Quando
os discípulos dele se aproximaram com a queixa de que todos os
homens se estavam voltando para o novo Mestre, João lhes recordou
que ele próprio não passava de precursor dAquele que havia de vir.
Obreiros com tal espírito são hoje necessários. Os presunçosos,
satisfeitos consigo mesmos, podem bem ser poupados à obra de
Deus. Nosso Senhor pede obreiros que, sentindo a própria necessi-
dade do sangue expiador de Cristo, entrem em Sua obra, não com
jactância ou suficiência própria, mas com inteira certeza de fé, com-
preendendo que hão de necessitar sempre do auxílio de Cristo a fim
de saber lidar com o espírito dos homens.