Página 145 - Obreiros Evang

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Partindo o pão da vida para as almas
Muitos daqueles por quem nossos ministros trabalham são igno-
rantes das verdades da Bíblia e das exigências de Deus, e as mais
simples lições quanto à piedade prática, são para eles uma nova
revelação. Esses precisam saber o que é a verdade, e, ao trabalhar
em favor deles, o ministro não deve considerar assuntos que sirvam
simplesmente para agradar a imaginação ou satisfazer a curiosidade.
Parta ele, ao contrário, o pão da vida para essas almas famintas. Ele
nunca deve pregar um sermão que não ajude os ouvintes a ver mais
claramente o que têm de fazer para salvar-se.
As exigências imediatas, as provas presentes — são coisas para
as quais homens e mulheres necessitam de auxílio no momento.
O ministro pode elevar-se às nuvens mediante poéticas descrições
e imaginosas apresentações, as quais agradam aos sentidos e ali-
mentam a imaginação, mas não tocam à experiência da vida, as
necessidades diárias. Talvez ele pense que, mediante sua imaginosa
eloqüência, alimentou o rebanho de Deus; seus ouvintes poderão
pensar que nunca dantes viram a verdade assim revestida de tão bela
linguagem. Acompanhai, porém, da causa para o efeito, o êxtase
dos sentimentos produzidos por essas fantasiosas imagens, e vereis
que, se bem que talvez tenham sido apresentadas algumas verdades,
esses sermões não fortalecem os ouvintes para as diárias batalhas da
vida.
Aquele que faz da eloqüência o mais elevado objetivo em suas
pregações, faz com que o povo esqueça a verdade que se acha de
mistura com sua oratória. Em havendo passado a emoção, verificar-
se-á que a Palavra de Deus não se firmou na mente, nem lucraram
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os ouvintes em entendimento. Podem falar acerca da eloquência do
ministro em termos cheios de admiração, mas não foram em nada
levados mais perto da decisão. Falam do sermão como o fariam de
uma peça de teatro, e do ministro como o fariam de um ator. Eles
poderão voltar a escutar tais discursos, mas dali sairão sem haver
recebido impressão nem alimento.
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