Página 175 - Obreiros Evang

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O ministério pessoal
Há na obra de muitos ministros demasiados sermões, e bem
pouco do verdadeiro trabalho de coração para coração. Há necessi-
dade de mais trabalho individual pelas almas. Em simpatia cristã, o
ministro se deve aproximar individual e intimamente dos homens,
buscando despertar-lhes o interesse nas grandes coisas concernentes
à vida eterna. Seu coração poderá ser tão duro como as batidas estra-
das e, aparentemente, talvez seja um esforço inútil aparesentar-lhes
o Salvador; mas, ao passo que a lógica pode falhar em demovê-
los, os argumentos serem impotentes para os convencer, o amor
de Cristo, revelado no ministério pessoal, pode abrandar o coração
empedernido, de maneira que a semente da verdade venha a criar
raízes.
O ministério significa muito mais do que fazer sermões; importa
em fervoroso trabalho pessoal. A igreja na Terra compõe-se de ho-
mens e mulheres errantes que necessitam de paciente, esforçado
labor, para que se exercitem e disciplinem em trabalhar de maneira
aceitável nesta vida e, na futura, sejam coroados de glória e imortali-
dade. Necessitam-se pastores — pastores fiéis — que não lisonjeiem
o povo de Deus, nem o tratem asperamente, mas que o alimentem
com o pão da vida — homens que sintam diariamente em sua própria
vida o poder transformador do Espírito Santo, e que nutram forte e
abnegado amor àqueles com quem trabalham.
É uma obra que requer tato, a que se oferece ao subpastor quando
tem de enfrentar afastamento, amargura, inveja e ciúme na igreja; e
ser-lhe-á preciso trabalhar no espírito de Cristo a fim de estabelecer
a ordem. São necessárias fiéis advertências, repreensões ao pecado,
reparações de agravos, tanto pela obra do ministro no púlpito, como
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pelo seu trabalho pessoal. O coração transviado pode objetar à
mensagem, e o servo de Deus ser mal julgado e criticado. Lembre-se
ele então de que “a sabedoria que do alto vem é, primeiramente,
pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de bons frutos, sem
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