Página 428 - Obreiros Evang

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Em contato com os outros
Todas as relações sociais exigem o exercício do domínio próprio,
tolerância e simpatia. Diferimos tanto uns dos outros em disposições,
hábitos e educação, que variam entre si nossas maneiras de ver as
coisas. Julgamos diferentemente. Nossa compreensão da verdade,
nossas idéias em relação à conduta de vida, não são idênticas sob
todos os pontos de vista. Não há duas pessoas cuja experiência seja
igual em cada particular. As provas de uma não são as provas de
outra. Os deveres que para uma se apresentam como leves, são para
outra mais difíceis e inquietantes.
Tão fraca, ignorante e sujeita ao erro é a natureza humana, que
todos devemos ser cautelosos na maneira de julgar o próximo. Pouco
sabemos da influência de nossos atos sobre a experiência dos outros.
O que fazemos ou dizemos pode parecer-nos de pouca importância,
quando, se nossos olhos se abrissem, veríamos que daí resultam as
mais importantes conseqüências para o bem ou para o mal.
Consideração pelos que têm responsabilidades
Muitas pessoas têm desempenhado tão poucas responsabilidades,
seu coração tem experimentado tão pouco as angústias reais, sen-
tindo tão pouca perplexidade e preocupação em auxiliar o próximo,
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que não podem compreender o trabalho de quem tem verdadeiras res-
ponsabilidades. São tão incapazes de apreciar seus trabalhos, como a
criança de compreender os cuidados e fadigas do preocupado pai. A
criança admira-se dos temores e perplexidades do pai: parecem-lhe
inúteis. Mas quando os anos de experiência forem acrescentados
à sua vida, quando tiver de carregar as próprias responsabilidades,
olhará de novo para a vida do pai, e compreenderá então o que
outrora lhe era incompreensível. A amarga experiência deu-lhe o
conhecimento.
A obra de muitas pessoas que têm responsabilidades não é com-
preendida, não são apreciados seus trabalhos, enquanto a morte não
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