Página 121 - Patriarcas e Profetas (2007)

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Capítulo 13 — A prova da fé
Este capítulo é baseado em
Gênesis 16
;
17:18-20
;
21:1-14
;
22:1-19
.
Abraão aceitara sem pôr em dúvida a promessa de um filho,
mas não esperou que Deus cumprisse a palavra no tempo e maneira
que Ele o entendia. Foi permitida uma demora para provar sua fé
no poder de Deus; mas ele não pôde suportar a prova. Achando
impossível que lhe fosse dado um filho em sua avançada idade,
Sara sugeriu, como um plano pelo qual o propósito divino poderia
cumprir-se, que uma de suas servas fosse tomada por Abraão como
segunda mulher. A poligamia se tornara tão espalhada que deixara
de ser considerada como pecado; mas nem por isso deixava de ser
uma violação da lei de Deus, e era de resultado fatal à santidade
e paz na relação da família. Do casamento de Abraão com Hagar
resultaram males, não somente para a sua própria casa, mas para as
gerações futuras.
Lisonjeada pela honra de sua nova posição como esposa de
Abraão, e esperando ser a mãe da grande nação que dele descenderia,
Hagar se tornou orgulhosa, jactanciosa, e tratou sua senhora com
desprezo. Ciúmes recíprocos perturbavam a paz do lar que fora
feliz. Obrigado a escutar as queixas de ambas, Abraão inutilmente se
esforçou por estabelecer de novo a harmonia. Se bem que fosse pelos
rogos encarecidos de Sara que ele desposara Hagar, ela o censurava
agora como o faltoso. Desejava banir sua rival; mas Abraão recusou-
se a consentir nisto; pois Hagar seria mãe de seu filho, como ele
ansiosamente esperava, o filho da promessa. Ela era serva de Sara,
contudo; e ele a deixou ainda sob o domínio de sua senhora. O
espírito altivo de Hagar não tolerava a aspereza que sua própria
insolência provocara. “E afligiu-a Sarai, e ela fugiu da sua face”.
Gênesis 16:6-13
.
Hagar se encaminhou para o deserto, e, quando repousava ao
lado de uma fonte, sozinha e sem amigos, apareceu-lhe um anjo
do Senhor, sob a forma humana. Dirigindo-se a ela como “Hagar,
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