Página 145 - Patriarcas e Profetas (2007)

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Capítulo 15 — O casamento de Isaque
Este capítulo é baseado em
Gênesis 24
.
Abraão se tornara velho, e esperava logo morrer; todavia, restava-
lhe cumprir um ato, assegurando o cumprimento da promessa à
sua posteridade. Isaque era o que fora divinamente designado para
suceder-lhe como guarda da lei de Deus, e ser pai do povo escolhido;
ele, porém, ainda era solteiro. Os habitantes de Canaã eram dados
à idolatria, e Deus havia proibido casamentos entre o Seu povo e
aqueles, sabendo que tais casamentos conduziriam à apostasia. O
patriarca receou o efeito das influências corruptoras que rodeavam
seu filho. A fé habitual de Abraão em Deus, e sua submissão à
vontade dEle, refletiam-se no caráter de Isaque; mas as afeições
do jovem eram fortes, e ele era de uma disposição gentil e dócil.
Unindo-se a alguém que não temesse a Deus, ele estaria em perigo
de sacrificar os princípios por amor à harmonia. No espírito de
Abraão, a escolha de uma esposa para seu filho era assunto de muita
importância; estava desejoso de que ele se casasse com uma que não
o afastasse de Deus.
Nos tempos antigos, os contratos de casamento eram geralmente
feitos pelos pais; e este era o costume entre os que adoravam a Deus.
De ninguém se exigia casar com aquele a quem não podia amar; mas
na concessão de suas afeições o jovem era guiado pelo discernimento
de seus pais experientes e tementes a Deus. Era considerado uma
desonra para os pais, e mesmo crime, seguir caminho contrário a
este.
Isaque, confiando na sabedoria e afeição de seu pai, estava sa-
tisfeito com a entrega desta questão a ele, crendo também que o
próprio Deus dirigiria na escolha a fazer-se. Os pensamentos do
patriarca volveram para os parentes de seu pai, na terra de Mesopo-
tâmia. Posto que não estivessem livres de idolatria, acalentavam o
conhecimento e o culto do verdadeiro Deus. Isaque não devia sair
de Canaã para ir a eles; mas poderia ser que se encontrasse entre
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