Página 239 - Patriarcas e Profetas (2007)

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As pragas do Egito
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estava afligindo os seus fervorosos adoradores, ao invés de protegê-
los. Destarte, os egípcios não somente foram punidos pela segunda
praga, mas também supuseram estar sendo cobertos de ignomínia
por um de seus deuses (
Êxodo 9:3
), muitos dos quais representavam
poderosos deuses no panteão egípcio. Para mencionar apenas alguns,
verificamos que o boi Ápis era dedicado a Ptah, o pai de todos os
deuses, e a vaca sagrada a Hator, uma das divindades femininas mais
amplamente adoradas na região do Nilo; ao passo que o carneiro
representava vários deuses, como Khnemu e Amon, de cabeça de
carneiro, que foi o principal deus do Egito no período do Novo Im-
pério. Por conseguinte, a doença que matou os animais dedicados a
suas divindades revelou aos egípcios a inutilidade dos seus deuses
na presença do Deus dos desprezados hebreus. O medo finalmente
arrancou de Faraó mais uma concessão. No fim do terceiro dia de
trevas, chamou Moisés, e consentiu na partida do povo, contanto
que se permitisse ficarem os rebanhos e gado. “Nem uma unha fi-
cará”, replicou o resoluto hebreu. “Não sabemos com que havemos
de servir ao Senhor, até que cheguemos lá.” A ira do rei explodiu
desenfreada. “Vai-te de mim”, exclamou ele, “guarda-te que não
mais vejas o meu rosto; porque no dia em que vires o meu rosto,
morrerás.”
A resposta foi: “Bem disseste; eu nunca mais verei o teu rosto.”
“O varão Moisés era mui grande na terra do Egito, aos olhos dos
servos de Faraó, e aos olhos do povo.” Moisés era considerado com
temor pelos egípcios. O rei não ousava fazer-lhe mal, pois o povo o
considerava como o único que tinha poder para remover as pragas.
Desejavam que aos israelitas fosse permitido deixar o Egito. Eram
o rei e os sacerdotes que se opunham em extremo aos pedidos de
Moisés.
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