Página 370 - Patriarcas e Profetas (2007)

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Capítulo 36 — No deserto
Durante quase quarenta anos, os filhos de Israel perdem-se de
vista na obscuridade do deserto. “E os dias que caminhamos, desde
Cades-Barnéia até que passamos o ribeiro de Zerede”, diz Moisés,
“foram trinta e oito anos, até que toda aquela geração dos homens de
guerra se consumiu do meio do arraial, como o Senhor lhes jurara.
Assim também foi contra eles a mão do Senhor, para os destruir do
meio do arraial até os haver consumido”.
Deuteronômio 2:14, 15
.
Durante esses anos, lembrava-se constantemente ao povo que
se achavam sob a reprovação divina. Na rebelião em Cades tinham
rejeitado a Deus; e Deus, durante aquele tempo, os rejeitara. Visto
que se haviam mostrado infiéis para com o Seu concerto, não de-
veriam receber o sinal desse concerto: o rito da circuncisão. Seu
desejo de voltar à terra da escravidão mostrara serem eles indignos
da liberdade, e a ordenação da Páscoa, instituída para comemorar o
livramento do cativeiro, não deveria ser observada.
Contudo, a continuação do serviço no tabernáculo, atestava que
Deus não abandonara completamente Seu povo. E Sua providência
supria-lhes ainda as necessidades. “O Senhor teu Deus te abençoou
em toda a obra das tuas mãos”, disse Moisés, referindo a história
de suas peregrinações. “Ele sabe que andas por este grande deserto;
estes quarenta anos o Senhor teu Deus esteve contigo, coisa alguma
te faltou”.
Deuteronômio 2:7
. E o hino dos levitas, registrado por
Neemias, descreve vividamente o cuidado de Deus por Israel, mesmo
durante aqueles anos de rejeição e banimento: “Tu, pela multidão
das Tuas misericórdias, os não deixaste no deserto. A coluna de
nuvem nunca deles se apartou de dia, para os guiar pelo caminho,
nem a coluna de fogo de noite, para os alumiar e mostrar o caminho
por onde haviam de ir. E deste o Teu bom Espírito, para os ensinar;
e o Teu maná não retiraste da sua boca; e água lhes deste na sua
sede. Desse modo os sustentaste quarenta anos no deserto; [...]
seus vestidos se não envelheceram, e os seus pés se não incharam”.
Neemias 9:19-21
.
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