Página 42 - Patriarcas e Profetas (2007)

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Capítulo 4 — O plano da redenção
A queda do homem encheu o Céu todo de tristeza. O mundo que
Deus fizera estava manchado pela maldição do pecado, e habitado
por seres condenados à miséria e morte. Não parecia haver meio
pelo qual pudessem escapar os que tinham transgredido a lei. Os
anjos cessaram os seus cânticos de louvor. Por toda a corte celestial
havia pranto pela ruína que o pecado ocasionara.
O Filho de Deus, o glorioso Comandante do Céu, ficou tocado
de piedade pela raça decaída. Seu coração moveu-se de infinita
compaixão ao erguerem-se diante dEle os ais do mundo perdido.
Entretanto o amor divino havia concebido um plano pelo qual o
homem poderia ser remido. A lei de Deus, quebrantada, exigia a
vida do pecador. Em todo o Universo não havia senão um Ser que,
em favor do homem, poderia satisfazer as suas reivindicações. Visto
que a lei divina é tão sagrada como o próprio Deus, unicamente
um Ser igual a Deus poderia fazer expiação por sua transgressão.
Ninguém, a não ser Cristo, poderia redimir da maldição da lei o
homem decaído, e levá-lo novamente à harmonia com o Céu. Cristo
tomaria sobre Si a culpa e a ignomínia do pecado — pecado tão
ofensivo para um Deus santo que deveria separar entre Si o Pai e
o Filho. Cristo atingiria as profundidades da miséria para libertar a
raça que fora arruinada.
Perante o Pai pleiteou Ele em prol do pecador, enquanto a hoste
celestial aguardava o resultado com um interesse de tal intensidade
que palavras não o poderão exprimir. Mui prolongada foi aquela
comunhão misteriosa — o “conselho de paz” (
Zacarias 6:13
) em
prol dos decaídos filhos dos homens. O plano da salvação fora esta-
belecido antes da criação da Terra; pois Cristo é “o Cordeiro morto
desde a fundação do mundo” (
Apocalipse 13:8
); foi, contudo, uma
luta, mesmo para o Rei do Universo, entregar Seu Filho para morrer
pela raça culposa. Mas “Deus amou o mundo de tal maneira que deu
Seu Filho unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça,
mas tenha a vida eterna”.
João 3:16
. Oh, que mistério da reden-
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