Página 562 - Patriarcas e Profetas (2007)

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Capítulo 59 — O primeiro rei de Israel
Este capítulo é baseado em
1 Samuel 8-12
.
O governo de Israel era administrado em nome e pela autoridade
de Deus. O trabalho de Moisés, o dos setenta anciãos, dos príncipes
e juízes, era simplesmente pôr em execução as leis que Deus dera;
não tinham eles autoridade para legislar para a nação. Esta foi, e
continuou a ser a condição da existência de Israel como nação. De
tempos em tempos homens inspirados por Deus eram enviados para
instruírem o povo, e guiá-lo na execução das leis.
O Senhor previu que Israel desejaria um rei, mas não consen-
tiu em uma mudança nos princípios sobre os quais foi fundado o
Estado. O rei devia ser representante do Altíssimo. Deus devia ser
reconhecido como o Líder da nação, e Sua lei executada como a lei
suprema do país.
Quando, inicialmente, os israelitas se estabeleceram em Canaã,
reconheciam os princípios da teocracia, e a nação prosperou sob o
governo de Josué. Mas o aumento da população e o intercâmbio com
outras nações acarretaram uma mudança. O povo adotou muitos dos
costumes dos seus vizinhos gentílicos, e assim sacrificou, em grande
proporção, seu próprio caráter peculiar e santo. Gradualmente perde-
ram sua reverência para com Deus, e deixaram de apreciar a honra de
ser Seu povo escolhido. Atraídos pela pompa e ostentação dos reis
gentílicos, cansaram-se de sua própria simplicidade. Rivalidades e
inveja surgiram entre as tribos. Dissensões internas debilitaram-nas;
estavam continuamente expostas à invasão de seus adversários gen-
tios, e o povo começava a crer que, a fim de manter sua posição entre
as nações, deveriam as tribos unir-se sob um forte governo central.
Afastando-se da obediência à lei de Deus, desejaram libertar-se do
governo de seu divino Soberano; e assim o pedido para terem um
rei generalizou-se por todo o Israel.
Desde os dias de Josué o governo nunca fora dirigido com tão
grande sabedoria e êxito como sob a administração de Samuel. Inves-
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