Página 577 - Patriarcas e Profetas (2007)

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A presunção de Saul
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guerra, incluindo as tribos de além do Jordão, para se reunirem em
Gilgal. Esta convocação foi atendida.
Os filisteus tinham reunido uma imensa força em Micmas —
“trinta mil carros, e seis mil cavaleiros, e povo em multidão como
a areia que está à borda do mar”.
1 Samuel 13:5
. Quando a notícia
chegou a Saul e seu exército, em Gilgal, o povo ficou assombrado
ao ter idéia das forças poderosas que teriam de enfrentar em batalha.
Não estavam preparados para defrontar-se com o inimigo, e muitos
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ficaram tão aterrorizados que não ousaram ir à prova de um encontro.
Alguns atravessaram o Jordão, enquanto outros se esconderam em
cavernas e covas, e entre as rochas que eram comuns naquela região.
Aproximando-se o tempo do encontro, o número das deserções
aumentou rapidamente, e aqueles que se não retiraram das fileiras
estavam cheios de terror.
Quando Saul foi ungido rei de Israel, recebera de Samuel ins-
truções explícitas concernentes à conduta a ser adotada no tempo
em questão. “Tu porém descerás diante de mim a Gilgal”, disse o
profeta; “e eis que eu descerei a ti, para sacrificar holocaustos, e para
oferecer ofertas pacíficas; ali sete dias esperarás, até que eu venha a
ti, e te declare o que hás de fazer”.
1 Samuel 10:8
.
Dia após dia, Saul esperou, mas sem fazer decididos esforços
para animar o povo e inspirar confiança em Deus. Antes que o tempo
designado pelo profeta houvesse expirado completamente, ele se
tornou impaciente com a demora, e deixou-se desanimar pelas cir-
cunstâncias difíceis que o cercavam. Em vez de procurar fielmente
preparar o povo para a cerimônia que Samuel vinha realizar, ali-
mentou incredulidade e maus pressentimentos. Buscar a Deus pelo
sacrifício, era uma obra soleníssima e importante; e Deus exigia que
Seu povo examinasse o coração e se arrependesse de seus pecados,
a fim de que se pudesse fazer a oferta com aceitação perante Ele, e a
bênção divina acompanhasse seus esforços para vencer o inimigo.
Mas Saul se tornara inquieto; e o povo, em vez de confiar em Deus
para obter auxílio, olhava para o rei a quem tinham escolhido, para
que os guiasse e dirigisse.
Contudo o Senhor ainda cuidava deles, e os não abandonou aos
reveses que lhes teriam sobrevindo se o frágil braço da carne hou-
vesse sido o seu único apoio. Ele os levou a situações angustiosas,
para que pudessem convencer-se da loucura de confiar no homem, e