Página 150 - Profetas e Reis (2007)

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Capítulo 19 — Um profeta de paz
Este capítulo é baseado em
2 Reis 4
.
A obra de Eliseu como profeta foi de algum modo muito di-
ferente da de Elias. A Elias haviam sido confiadas mensagens de
condenação e juízo; sua voz era de destemida reprovação, chamando
rei e povo a voltarem de seus maus caminhos. A missão de Eliseu
era mais pacífica; devia desenvolver e fortalecer a obra que Elias
havia iniciado; ensinar ao povo o caminho do Senhor. A inspiração
pinta-o como entrando em contato pessoal com o povo; rodeado
pelos filhos dos profetas; produzindo cura e júbilo por intermédio
de seus milagres e seu ministério.
Eliseu era um homem de espírito brando e bondoso; mas que
podia também ser severo é mostrado pela maldição que lançou
quando, a caminho de Betel, foi escarnecido por rapazes ímpios que
haviam saído da cidade. Esses rapazes tinham ouvido da ascensão
de Elias, e fizeram deste solene acontecimento o assunto de seus
motejos, dizendo a Eliseu: “Sobe, calvo; sobe, calvo.” Ao som de
suas zombeteiras palavras o profeta voltou-se, e sob a inspiração
do Todo-poderoso pronunciou uma maldição sobre eles. O terrível
juízo que se seguiu foi de Deus. “Então duas ursas saíram do bosque,
e despedaçaram quarenta e dois daqueles pequenos”.
2 Reis 2:23,
24
.
Tivesse Eliseu permitido que a zombaria passasse despercebida,
e teria continuado a ser ridicularizado e insultado pela turba, e sua
missão para instruir e salvar em um tempo de grave perigo nacional
poderia ter sido derrotada. Este único exemplo de terrível severidade
foi suficiente para exigir respeito pelo resto de sua vida. Durante
cinqüenta anos ele entrou e saiu pelas portas de Betel, e andou de
um para outro lado em sua terra, de cidade em cidade, passando
pelo meio de multidões indolentes, rudes e dissolutas de jovens; mas
nenhum o injuriou ou fez caso omisso de suas qualificações como
profeta do Altíssimo.
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