Página 169 - Profetas e Reis (2007)

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Capítulo 22 — A “grande cidade de Nínive”
Entre as cidades do mundo antigo nos dias do reino de Israel
dividido, uma das maiores foi Nínive, a capital do domínio assírio.
Fundada sobre as férteis barrancas do Tigre, logo depois da dispersão
da Torre de Babel, floresceu através dos séculos, até que se tornou
“uma grande cidade, de três dias de caminho”.
Jonas 3:3
.
No tempo de sua prosperidade temporal Nínive era um centro de
crime e impiedade. A inspiração havia-a caracterizado como “cidade
ensangüentada [...] toda cheia de mentiras e de rapina”.
Naum 3:1
.
Em linguagem figurada, o profeta Naum comparou Nínive a um leão
cruel, rapinante. “Sobre quem”, interroga o profeta, “não passou
continuamente a tua malícia?”
Naum 3:19
.
Embora ímpia como havia-se tornado, Nínive não estava inteira-
mente entregue ao mal. Aquele que “está vendo a todos os filhos dos
homens” (
Salmos 33:13
), e “descobre todas as coisas preciosas” (
28:10
), viu na cidade muitos que estavam procurando alguma coisa
melhor e mais alta, os quais, se lhes fosse dada oportunidade para
conhecer ao Deus vivo, afastariam de si as más obras, e O adora-
riam. E assim, em Sua sabedoria Deus Se revelou a eles de maneira
inconfundível, a fim de levá-los, se possível, ao arrependimento.
O instrumento escolhido para esta obra foi o profeta Jonas, filho
de Amitai. A ele veio a palavra do Senhor: “Levanta-te, vai à grande
cidade de Nínive, e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até
Mim”.
Jonas 1:1, 2
.
Como o profeta se pusesse a pensar nas dificuldades e aparentes
impossibilidades desta comissão, foi tentado a pôr em dúvida a
sabedoria do chamado. Do ponto de vista humano, parecia que
nada se poderia ganhar em proclamar tal mensagem nesta cidade
tão orgulhosa. Ele esqueceu por um momento que o Deus a quem
servia era todo-sábio e todo-poderoso. Enquanto hesitava, duvidando
ainda, Satanás sobrecarregou-o com o desencorajamento. O profeta
foi tomado de grande temor, e “se levantou para fugir de diante da
face do Senhor para Társis”. Indo a Jope, e achando ali um navio
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