Página 324 - Profetas e Reis (2007)

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Capítulo 41 — A fornalha ardente
Este capítulo é baseado em
Daniel 3
.
O sonho da grande imagem, que abriu perante Nabucodonosor
acontecimentos que chegam ao fim do tempo, tinha-lhe sido dado
para que ele pudesse compreender a parte que lhe tocava desempe-
nhar na história do mundo, e a relação que seu reino teria com o reino
do Céu. Na interpretação do sonho, fora ele claramente instruído
quanto ao estabelecimento do reino eterno de Deus. “Nos dias destes
reis”, Daniel havia declarado, “o Deus do Céu levantará um reino
que não será jamais destruído; e este reino não passará a outro povo;
esmiuçará e consumirá todos estes reinos, e será estabelecido para
sempre. [...] E certo é o sonho, e fiel a sua interpretação”.
Daniel
2:44, 45
.
O rei havia reconhecido o poder de Deus, dizendo a Daniel:
“Certamente, o vosso Deus é Deus dos deuses [...] e o revelador
dos segredos”.
Daniel 2:47
. Durante algum tempo Nabucodonosor
sentiu-se influenciado pelo temor de Deus; contudo o seu coração
não ficou purificado da ambição mundana e do desejo de exaltação.
A prosperidade que acompanhou o seu reinado o encheu de orgulho.
Em dado tempo ele cessou de honrar a Deus, e retomou seu culto
idólatra com maior zelo e fanatismo.
As palavras: “Tu és a cabeça de ouro” (
Daniel 2:38
), tinham
feito profunda impressão no espírito do rei. Os sábios do seu reino,
tirando vantagem disto e do seu retorno à idolatria, propuseram-lhe
que fizesse uma imagem semelhante àquela vista em sonho, e a
erguesse em lugar onde todos pudessem contemplar a cabeça de
ouro, que tinha sido interpretada como representando o seu reino.
Lisonjeado com a aduladora sugestão, ele se determinou levá-la
a efeito, indo mesmo além. Em lugar de reproduzir a imagem como
a tinha visto, ele excederia o original. Sua imagem não seria desigual
em valor da cabeça aos pés, mas seria inteiramente de ouro, símbolo
que representaria Babilônia como um reino eterno, indestrutível,
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