Página 337 - Profetas e Reis (2007)

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Capítulo 43 — O vigia invisível
Este capítulo é baseado em
Daniel 5
.
Para o fim da vida de Daniel, grandes mudanças tiveram lugar
na terra para a qual, havia mais de sessenta anos, ele e seus com-
panheiros hebreus tinham sido levados cativos. Nabucodonosor, “o
mais formidável dentre as nações” (
Ezequiel 28:7
), tinha morrido, e
Babilônia, “a glória de toda a Terra” (
Jeremias 51:41
), tinha passado
às mãos de desavisados sucessores, e a dissolução estava sendo o
resultado gradual mas certo.
Graças à loucura e fragilidade de Belsazar, o neto de Nabuco-
donosor, a orgulhosa Babilônia devia logo cair. Admitido em sua
juventude a partilhar da autoridade real, Belsazar se gloriou de seu
poder, e exaltou-se em seu coração contra o Deus do Céu. Muitas
tinham sido as suas oportunidades de conhecer a vontade divina, e
compreender sua responsabilidade de render-Lhe obediência. Estava
ele informado do banimento de seu avô, pelo decreto de Deus, da
sociedade dos homens; e estava familiarizado com a conversão e
miraculosa restauração de Nabucodonosor. Mas Belsazar permitiu
que o amor dos prazeres e a glorificação do eu obliterassem as lições
que jamais devia ter esquecido. Ele desperdiçou as oportunidades
que graciosamente lhe foram providas, e negligenciou o uso dos
meios que estavam ao seu alcance para se tornar mais amplamente
familiarizado com a verdade. Aquilo que Nabucodonosor tinha fi-
nalmente alcançado a preço de inauditos sofrimentos e humilhação,
Belsazar passou por alto com indiferença.
Não demorou que viessem os contratempos. Babilônia foi sitiada
por Ciro, sobrinho de Dario, o medo, e comandante geral dos exér-
citos combinados da Média e da Pérsia. Mas dentro das fortalezas
aparentemente inexpugnáveis, com suas muralhas maciças e seus
portões de bronze, protegida pelo rio Eufrates, e com abundante
provisão em estoque, o voluptuoso rei sentiu-se seguro, e passava
seu tempo em folguedos e festança.
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