Página 28 - Testemunhos Seletos 2 (2008)

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Testemunhos Seletos 2
suas palavras. Enquanto condenam os erros alheios, condescendem
eles mesmos com erros muito maiores. “A coerência é uma jóia.”
Não existe então nenhuma lei de bondade que deva ser obser-
vada? Foram os cristãos autorizados por Deus a criticarem-se e
condenarem-se mutuamente? Será honroso, ou mesmo honesto, ex-
torquir dos lábios de alguém, à guisa de amizade, segredos que lhe
foram confiados, e em seguida fazer reverter em seu prejuízo o co-
nhecimento assim alcançado? Será caridade cristã, apanhar todo
boato que por aí flutue, desenterrar tudo que lance suspeita sobre o
caráter de outro, e então ter prazer em empregá-lo para o prejudicar?
Satanás exulta quando pode difamar ou ferir um seguidor de Cristo.
Ele é o “acusador dos irmãos”. Deverão os cristãos ajudá-lo em sua
obra?
Os olhos de Deus, que tudo vêem, notam os defeitos de todos
e a paixão dominante de cada qual; contudo, tem paciência com
os nossos erros, e compadece-Se de nossa fraqueza. Ele ordena ao
Seu povo que nutra o mesmo espírito de ternura e paciência. Os
cristãos verdadeiros não exultarão em expor as faltas e deficiências
de outros. Afastar-se-ão da vileza e deformidade, para fixar a mente
naquilo que é atraente e amável. Para o cristão todo ato de crítica,
toda palavra de censura ou condenação, são penosos.
Sempre tem havido homens e mulheres que professam a verdade,
e no entanto não conformaram a vida com sua influência santifi-
cadora; homens infiéis, e no entanto enganam-se a si mesmos, e
encorajam-se no pecado. A incredulidade é vista em sua vida, em
seu comportamento e no caráter, e este mal terrível atua como uma
gangrena.
Critiquemo-nos a nós mesmos, não aos outros
Se todos os cristãos professos usassem suas faculdades investi-
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gadoras para ver quais os males que neles mesmos carecem de cor-
reção, em vez de falar nos erros alheios, existiria na igreja hoje uma
condição mais saudável. Há os que são honestos quando isso nada
lhes custa, mas quando a astúcia dá melhores dividendos, esquecem-
se da honestidade. A honestidade e a astúcia não atuam juntas na
mesma mente. A seu tempo, ou a astúcia será expelida dominando
então supremas a verdade e a honestidade, ou, se a astúcia for nu-