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Atos dos Apóstolos
mas Cristo vive em mim”.
Gálatas 2:20
. O eu fora apagado; Cristo
foi revelado e exaltado.
Paulo era um orador eloqüente. Antes de sua conversão havia
ele muitas vezes procurado impressionar seus ouvintes com rasgos
de oratória. Mas agora, pusera tudo isso de lado. Em vez de se
demorar em descrições poéticas e fantasiosas representações que
poderiam lisonjear os sentidos e alimentar a imaginação, mas que
não encontrariam eco na experiência diária, buscava ele, pelo uso
de linguagem simples, convencer os corações com as verdades de
importância vital. Representações fantasiosas da verdade podem pro-
vocar um êxtase dos sentidos, mas não raro, verdades apresentadas
desta maneira não suprem o alimento necessário ao fortalecimento e
robustecimento do crente para as batalhas da vida. As necessidades
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imediatas, as provas presentes das pessoas em conflito, devem ser
enfrentadas com instrução prática e sadia com base nos princípios
fundamentais do cristianismo.
Os esforços de Paulo em Corinto não ficaram sem fruto. Muitos
abandonaram a adoração dos ídolos para servirem ao Deus vivo, e
uma grande igreja se alistou sob a bandeira de Cristo. Alguns foram
salvos dentre os mais devassos gentios e tornaram-se monumentos
da misericórdia de Deus e da eficácia do sangue de Cristo para
limpar do pecado.
O crescente sucesso que teve Paulo em apresentar a Cristo des-
pertou a mais determinada oposição da parte dos judeus incrédu-
los. Levantaram-se “concordemente contra Paulo, e o levaram ao
tribunal” de Gálio, então procônsul da Acaia. Esperavam que as
autoridades, como em ocasiões anteriores, se poriam ao lado deles;
e vociferando irados, apresentaram sua acusação contra o apóstolo:
“Este persuade os homens a servir a Deus contra a lei”.
Atos dos
Apóstolos 18:12, 13
.
A religião judaica estava sob a proteção do poder romano; e os
acusadores de Paulo pensavam que, se pudessem aplicar-lhe a pecha
de violador das leis de sua religião, provavelmente ele lhes seria
entregue para julgamento e sentença. Assim esperavam conseguir
a sua morte. Mas Gálio era um homem de integridade e recusou
tornar-se instrumento da inveja e da intriga dos judeus. Aborrecido
com sua hipocrisia e justiça própria, não tomou conhecimento da
acusação. Como Paulo se preparasse para falar em defesa própria,