As cartas aos tessalonicenses
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valorosamente suporta perseguição e tribulação, e dirigia-lhes o pen-
samento para o tempo da segunda vinda de Cristo, quando o povo
de Deus descansaria de seus cuidados e perplexidades.
“Nós mesmos”, escreveu ele, “nos gloriamos de vós nas igrejas
de Deus por causa da vossa paciência e fé, e em todas as vossas per-
seguições e aflições que suportais [...] e a vós, que sois atribulados,
descanso conosco; quando Se manifestar o Senhor Jesus desde o
Céu com os anjos do Seu poder, como labareda de fogo, tomando
vingança dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem
ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo; os quais por castigo
padecerão eterna perdição, ante a face do Senhor e a glória do Seu
poder [...] pelo que também rogamos sempre por vós, para que o
nosso Deus vos faça dignos da Sua vocação, e cumpra todo o desejo
da Sua bondade, e a obra da fé com poder; para que o nome de nosso
Senhor Jesus Cristo seja em vós glorificado, e vós nEle, segundo a
graça de nosso Deus e do Senhor Jesus Cristo”.
2 Tessalonicenses
1:4-8
.
Mas antes da vinda de Cristo deviam ocorrer importantes acon-
tecimentos no mundo religioso, preditos em profecias. O apóstolo
declarou: “Não vos movais facilmente do vosso entendimento, nem
vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola,
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como de nós, como se o dia de Cristo estivesse já perto. Ninguém de
maneira alguma vos engane; porque não será assim sem que antes
venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da
perdição; o qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama
Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo
de Deus, querendo parecer Deus”.
2 Tessalonicenses 2:2-4
.
As palavras de Paulo não deviam ser mal-interpretadas. Não
pretendiam ensinar que ele, por especial revelação, tivesse adver-
tido os tessalonicenses da imediata vinda de Cristo. Tal posição
causaria confusão de fé; pois o desapontamento geralmente leva à
incredulidade. O apóstolo, pois, advertia os irmãos a não receberem
tal mensagem como vinda de sua parte; e prosseguia dando ênfase
ao fato de que o poder papal, tão claramente descrito pelo profeta
Daniel, devia ainda levantar-se, e fazer guerra contra o povo de Deus.
Até que esse poder tivesse realizado sua obra mortal e blasfema, se-
ria inútil a igreja esperar pela vinda do Senhor. “Não vos lembrais”,