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Atos dos Apóstolos
O apóstolo sentiu-se em liberdade para mencionar como e por
quem tinha sido informado das divisões na igreja. “Porque a respeito
de vós, irmãos meus, me foi comunicado pelos da família de Cloé,
que há contendas entre vós”.
1 Coríntios 1:11
.
Paulo era um apóstolo inspirado. As verdades que ensinou a
outros, ele as havia recebido “por revelação”; todavia, o Senhor não
lhe revelava diretamente em todos os tempos a condição exata de Seu
povo. Nessa ocasião, os que estavam interessados na prosperidade
da igreja de Corinto, e que tinham visto males nela penetrando,
haviam apresentado o assunto perante o apóstolo; e pelas divinas
revelações que havia anteriormente recebido, estava ele preparado
para julgar quanto ao caráter desses desenvolvimentos. Não obstante
o fato de o Senhor não lhe haver dado uma nova revelação para esse
tempo especial, os que estavam realmente em busca de luz aceitaram
sua mensagem como expressão do pensamento de Cristo. O Senhor
lhe havia mostrado as dificuldades e perigos que surgiriam nas
igrejas, e quando esses males surgiram, o apóstolo reconheceu-lhes
o significado. Ele havia sido posto para a defesa da igreja. Devia
cuidar dos salvos, como quem deve dar conta deles a Deus; não
era, pois, coerente e justo, que tomasse conhecimento dos relatos
referentes a anarquia e divisões entre eles? Sem dúvida alguma;
e a reprovação que lhes enviou era tão seguramente escrita sob a
inspiração do Espírito de Deus como o foram quaisquer outras de
suas epístolas.
O apóstolo não fez menção dos falsos mestres que estavam pro-
curando destruir o fruto de seus trabalhos. Por causa das trevas e
divisão na igreja, evitou prudentemente irritá-los com tais referên-
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cias, temendo que alguns se afastassem inteiramente da verdade.
Chamava-lhes a atenção para a sua própria obra entre eles, como a
de um “sábio arquiteto” (
1 Coríntios 3:10
), o qual pusera o funda-
mento sobre que outros haviam edificado. Mas nem por isso ele se
exaltou; pois declarou: “Somos cooperadores de Deus”.
1 Coríntios
3:9
. Não alegava possuir sabedoria própria, antes reconhecia que
somente o poder divino o havia habilitado a apresentar a verdade de
uma forma agradável a Deus. Unido com Cristo, o maior de todos os
mestres, Paulo tinha sido habilitado a comunicar lições de sabedoria
divina, que satisfaziam às necessidades de todas as classes, e eram