Página 279 - Atos dos Ap

Basic HTML Version

A última viagem de Paulo a Jerusalém
275
oração. As dificuldades e perigos relacionados com sua próxima
visita a Jerusalém, a atitude da igreja ali para com ele e sua obra,
bem como a condição das igrejas e o interesse da obra do evangelho
em outros campos, eram assuntos de ardente e solícito pensar; e ele
aproveitou essa oportunidade especial para buscar de Deus força e
guia.
Enquanto os viajantes navegavam rumo ao sul, para Assôs, pas-
saram pela cidade de Éfeso, que fora por tanto tempo cenário dos
trabalhos do apóstolo. Paulo havia desejado muito visitar a igreja
ali; pois tinha importante instrução e conselho a dar-lhes. Havendo,
porém, ponderado, determinou apressar-se; pois desejava “estar, se
lhe fosse possível, em Jerusalém no dia do Pentecostes”.
Atos dos
Apóstolos 20:16
. Chegando, porém, a Mileto, cerca de cinqüenta
quilômetros de Éfeso, soube que lhe seria possível comunicar-se
com a igreja antes que o navio partisse. Enviou portanto uma mensa-
gem imediatamente aos anciãos, pedindo para que viessem depressa
a Mileto, para que pudesse vê-los antes de continuar a viagem.
Em resposta a seu chamado vieram, e ele lhes dirigiu palavras
ardentes e tocantes de admoestação e despedida. “Vós bem sabeis”,
disse ele, “desde o primeiro dia em que entrei na Ásia, como em todo
[219]
esse tempo me portei no meio de vós, servindo ao Senhor com toda
a humildade e com muitas lágrimas e tentações que, pelas ciladas
dos judeus, me sobrevieram; como nada, que útil seja, deixei de vos
anunciar e ensinar publicamente e pelas casas, testificando, tanto aos
judeus como aos gregos, a conversão a Deus e a fé em nosso Senhor
Jesus Cristo”.
Atos dos Apóstolos 20:18-21
.
Paulo sempre exaltara a lei divina. Ele havia mostrado que não
há poder na lei para salvar os homens da penalidade da desobedi-
ência; que os pecadores precisam arrepender-se de seus pecados, e
humilhar-se perante Deus, em cuja justa ira incorreram pela trans-
gressão de Sua lei, e precisam também exercer fé no sangue de
Cristo como o único meio de perdão. O Filho de Deus havia morrido
como sacrifício por eles, e havia subido ao Céu para permanecer
como seu Advogado perante o Pai. Mediante arrependimento e fé
podiam ficar livres da condenação do pecado, e pela graça de Cristo
ser capacitados daí por diante a render obediência à lei de Deus.
“E agora”, continuou Paulo, “eis que, ligado eu pelo espírito,
vou para Jerusalém, não sabendo o que lá me há de acontecer, senão