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Paulo prisioneiro
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erro visitando Jerusalém? Teria seu grande desejo de estar em união
com seus irmãos levado a esse desastroso resultado?
A posição que os judeus, como povo professo de Deus, ocupavam
perante um mundo incrédulo, causava ao apóstolo intensa angústia
de espírito. Como os considerariam esses oficiais pagãos? Alegando
ser adoradores de Jeová, e exercendo sagrado ofício, entregavam-se
não obstante ao controle de uma ira irrazoável e cega, procurando
destruir até mesmo a seus irmãos que ousavam diferir deles em fé
religiosa, e tornando o seu mais solene conselho deliberativo numa
cena de batalha e selvagem confusão. Paulo sentia que o nome de
seu Deus tinha sido desonrado aos olhos dos pagãos.
E agora estava ele na prisão, e sabia que seus inimigos em sua
desesperada maldade recorreriam a todos os meios para dar-lhe a
morte. Seria o caso de estar sua obra pelas igrejas terminada, e que
lobos vorazes estivessem para se introduzir nela? A causa de Cristo
estava muito perto do coração de Paulo, e com grande ansiedade
pensava nos perigos das igrejas espalhadas, expostas como estavam
às perseguições de homens precisamente como os que encontrara
no conselho do Sinédrio. Com angústia e desfalecimento chorou e
orou.
Nessa hora tenebrosa, o Senhor não Se esqueceu de Seu servo.
Guardara-o da multidão assassina nos pátios do templo; estivera
com ele perante o conselho do Sinédrio; com ele estava na fortaleza;
e Se revelou como a Sua fiel testemunha em resposta às fervoro-
sas orações do apóstolo, em que pedia que o guiasse. “E, na noite
seguinte, apresentando-Se-lhe o Senhor, disse: Paulo, tem ânimo;
porque, como de Mim testificaste em Jerusalém, assim importa que
testifiques também em Roma”.
Atos dos Apóstolos 23:11
.
Havia muito que Paulo queria visitar Roma; desejava muitíssimo
testemunhar de Cristo ali, mas compreendera que seus propósitos se
frustraram pela inimizade dos judeus. Mal imaginava, mesmo então,
que seria como prisioneiro que chegaria em Roma.
Enquanto o Senhor encorajava Seu servo, os inimigos de Paulo
estavam avidamente tramando sua destruição. “E, quando já era dia,
alguns dos judeus fizeram uma conspiração, e juraram, dizendo que
não comeriam nem beberiam enquanto não matassem a Paulo. E
eram mais de quarenta os que fizeram essa conjuração”.
Atos dos
Apóstolos 23:12, 13
.