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Atos dos Apóstolos
fogo significava o zelo fervente com que os apóstolos trabalhariam,
e o poder que assistiria sua obra.
“E em Jerusalém estavam habitando judeus, varões religiosos, de
todas as nações que estão debaixo do céu”.
Atos dos Apóstolos 2:5
.
Durante a dispersão, os judeus tinham sido espalhados por quase
todas as partes do mundo habitado, e em seu exílio tinham aprendido
a falar várias línguas. Muitos desses judeus estavam, nessa ocasião,
em Jerusalém assistindo às festas religiosas que então se realizavam.
Cada língua conhecida estava por eles representada. Essa diversi-
dade de línguas teria sido um grande obstáculo à proclamação do
evangelho; Deus, portanto, de maneira miraculosa, supriu a defici-
ência dos apóstolos. O Espírito Santo fez por eles o que não teriam
podido fazer por si em toda uma existência. Agora, podiam procla-
mar as verdades do evangelho em toda parte, falando com perfeição
a língua daqueles por quem trabalhavam. Esse miraculoso dom era
para o mundo uma forte evidência de que o trabalho deles tinha a
aprovação do Céu. Daí por diante, a linguagem dos discípulos era
pura, simples e correta, falassem eles no idioma materno ou numa
língua estrangeira.
“E, correndo aquela voz, ajuntou-se uma multidão, e estava con-
fusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua. E todos
pasmavam e se maravilhavam, dizendo uns aos outros: Pois quê! não
são galileus todos esses homens que estão falando? Como pois os
ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos?”
Atos dos Apóstolos 2:6-8
.
Os sacerdotes e príncipes estavam excessivamente enraivecidos
ante essa manifestação extraordinária, mas não ousavam demonstrar
sua má disposição, por temor de se exporem à violência do povo.
Tinham assassinado o Nazareno; mas eis que ali estavam os Seus
servos, indoutos da Galiléia, contando em todas as línguas então
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faladas, a história de Sua vida e ministério. Os sacerdotes, resolvidos
a atribuir o poder miraculoso dos discípulos a alguma causa natural,
declararam estarem eles embriagados por terem bebido demais do
vinho novo preparado para o banquete. Alguns dos mais ignorantes
dentre o povo creram na acusação, mas os mais inteligentes sabiam
que isso era falso; e os que compreendiam as diferentes línguas
testificavam da correção com que eram usadas pelos discípulos.