Quase persuadido
            
            
              305
            
            
              E agora Paulo, ainda algemado, achava-se diante do grupo reu-
            
            
              nido. Que contraste era ali apresentado! Agripa e Berenice possuíam
            
            
              poder e posição, e eram por isso favorecidos pelo mundo. Mas eram
            
            
              destituídos dos traços de caráter que Deus estima. Eram transgres-
            
            
              sores de Sua lei, corruptos de coração e de vida. Sua conduta era
            
            
              aborrecida pelo Céu.
            
            
              O idoso prisioneiro, acorrentado a um soldado, não tinha em seu
            
            
              aspecto coisa alguma que levasse o mundo a prestar-lhe homenagem.
            
            
              [243]
            
            
              Entretanto, nesse homem aparentemente sem amigos, riqueza ou
            
            
              posição, preso por sua fé no Filho de Deus, o Céu todo estava interes-
            
            
              sado. Os anjos eram seus assistentes. Caso se houvesse manifestado
            
            
              a glória de um só desses resplandecentes mensageiros, a pompa e
            
            
              o orgulho da realeza teria empalidecido; rei e cortesãos teriam sido
            
            
              lançados por terra, como os soldados romanos junto ao sepulcro de
            
            
              Cristo.
            
            
              O próprio Festo apresentou Paulo à assembléia com estas pala-
            
            
              vras: “Rei Agripa, e todos os varões que estais presentes conosco;
            
            
              aqui vedes um homem de quem toda a multidão dos judeus me
            
            
              tem falado, tanto em Jerusalém como aqui, clamando que não con-
            
            
              vém que viva mais. Mas, achando eu que nenhuma coisa digna de
            
            
              morte fizera, e apelando ele mesmo também para Augusto, tenho
            
            
              determinado enviar-lho. Do qual não tenho coisa alguma certa que
            
            
              escreva ao meu senhor, e por isso perante vós o trouxe, principal-
            
            
              mente perante ti, ó rei Agripa, para que, depois de interrogado, tenha
            
            
              alguma coisa que escrever. Porque me parece contra a razão en-
            
            
              viar um preso, e não notificar contra ele as acusações”.
            
            
              Atos dos
            
            
              Apóstolos 25:24-27
            
            
              .
            
            
              O rei Agripa deu, então, a Paulo a liberdade de falar. O apóstolo
            
            
              não estava desconcertado pela brilhante pompa ou elevada posição
            
            
              de seu auditório; pois sabia de quão pouco valor representam ri-
            
            
              queza ou posição mundanas. Poder e pompa terrestres não poderiam
            
            
              nem por um momento abater-lhe o ânimo ou roubar-lhe o domínio
            
            
              próprio.
            
            
              “Tenho-me por venturoso, ó rei Agripa”, disse ele, “de que pe-
            
            
              rante ti me haja hoje de defender de todas as coisas de que sou
            
            
              acusado pelos judeus; mormente sabendo eu que tens conhecimento
            
            
              de todos os costumes e questões que há entre os judeus; pelo que te
            
            
              rogo que me ouças com paciência”.
            
            
              Atos dos Apóstolos 26:2, 3
            
            
              .