Página 311 - Atos dos Ap

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Quase persuadido
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devia anunciar a luz a este povo e aos gentios”.
Atos dos Apóstolos
26:20-23
.
Todos os presentes escutaram encantados a narração feita por
Paulo de suas maravilhosas experiências. O apóstolo estava falando
sobre o seu tema predileto. Nenhum dos que o ouviam podia du-
vidar de sua sinceridade. Mas no momento de sua mais persuasiva
eloqüência, foi interrompido por Festo, que exclamou: “Estás louco,
Paulo; as muitas letras te fazem delirar.” O apóstolo respondeu: “Não
deliro, ó potentíssimo Festo; antes digo palavras de verdade e de um
são juízo. Porque o rei, diante de quem falo com ousadia, sabe estas
coisas, pois não creio que nada disto lhe é oculto; porque isto não
se fez em qualquer canto” Então, voltando-se para Agripa, a ele se
dirigiu diretamente: “Crês tu nos profetas, ó rei Agripa? Bem sei
que crês”.
Atos dos Apóstolos 26:24-27
.
Profundamente impressionado, Agripa perdeu de vista por um
momento o ambiente e a dignidade de sua posição. Tendo apenas
consciência das verdades que tinha ouvido, vendo somente o hu-
milde prisioneiro que estava diante dele como embaixador de Deus,
respondeu involuntariamente: “Por pouco me queres persuadir a que
me faça cristão!”
Ardorosamente o apóstolo respondeu: “Prouvera a Deus que,
ou por pouco ou por muito, não somente tu, mas também todos
quantos me estão ouvindo, se tornassem tais qual eu sou, exceto
estas cadeias” (
Atos dos Apóstolos 26:28, 29
), acrescentou erguendo
as mãos acorrentadas.
Festo, Agripa e Berenice podiam com justiça trazer nos pulsos
os grilhões que acorrentavam o apóstolo. Eram todos culpados de
graves crimes. Esses transgressores tinham ouvido nesse dia a oferta
de salvação mediante o nome de Cristo. Um, pelo menos, estivera
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quase persuadido a aceitar a graça e o perdão oferecidos. Mas Agripa
afastou a misericórdia oferecida, recusando aceitar a cruz de um
Redentor crucificado.
A curiosidade do rei foi satisfeita e, levantando-se, deu a entender
que a entrevista tinha terminado. Ao se dispersarem, os presentes
falavam entre si dizendo: “Este homem nada fez digno de morte ou
de prisões.”
Embora Agripa fosse judeu, não participava ele do zelo into-
lerante e cego preconceito dos fariseus. “Bem podia soltar-se este