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Atos dos Apóstolos
da simplicidade do evangelho. Ele o admoestava a fugir de todo
interesse e embaraço temporal que pudesse impedi-lo de dar-se in-
teiramente ao trabalho de Deus; a suportar de bom grado a oposição,
a perseguição e a injúria a que estaria exposto por sua fidelidade, e a
dar prova cabal de seu ministério pelo emprego de todos os meios a
seu alcance para fazer o bem a todos por quem Cristo morreu.
A vida de Paulo foi uma exemplificação das verdades que en-
sinava; e nisso repousava seu poder. Seu coração estava cheio de
um profundo e permanente senso de sua responsabilidade; e ele
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trabalhava em íntima comunhão com Aquele que é a fonte de jus-
tiça, misericórdia e verdade. Apegava-se à cruz de Cristo como sua
garantia única de sucesso. O amor do Salvador era o permanente
motivo que lhe dava a vitória em seus conflitos com o eu e em suas
lutas contra o mal, ao avançar no serviço de Cristo contra o desamor
do mundo e a oposição de seus inimigos.
O que a igreja necessita nestes dias de perigo é de um exército
de obreiros que, como Paulo, se tenham educado para utilidade,
que tenham uma profunda experiência nas coisas de Deus, e que
sejam cheios de fervor e zelo. Necessita-se de homens santificados
e abnegados; homens que não se esquivem a provas e responsabili-
dades; homens que sejam corajosos e verdadeiros; homens em cujo
coração Cristo está formado “a esperança da glória” (
Colossences
1:27
), e que com lábios tocados com santo fogo “preguem a Palavra”
Por falta de tais obreiros a causa de Deus definha, e erros fatais,
como mortal veneno, pervertem a moral e destroem as esperanças
de grande parte da raça humana.
Quando os fiéis e exaustos porta-bandeiras imolam a vida pelo
amor à verdade, quem irá à frente para lhes ocupar o lugar? Aceitarão
nossos jovens o sagrado encargo das mãos de seus pais? Estão eles se
preparando para preencher as lacunas que se apresentam pela morte
dos fiéis? Será a exortação do apóstolo aceita, ouvido o chamado
ao dever, em meio aos incitamentos ao egoísmo e ambições que
seduzem a juventude?
Paulo concluiu sua carta com mensagens particulares a várias
pessoas, e de novo repetiu o urgente pedido para que Timóteo viesse
ao seu encontro sem demora, se possível antes do inverno. Falou
de sua solidão, motivada pela deserção de alguns de seus amigos e
a ausência necessária de outros; e para que Timóteo não hesitasse,