Uma fiel testemunha
            
            
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              Eram ternos, prestativos, abnegados, voluntários em fazer qualquer
            
            
              sacrifício pelo amor da verdade. Em seu contato diário entre si,
            
            
              revelavam aquele amor que Cristo lhes ordenara. Por palavras e obras
            
            
              de altruísmo, procuravam acender esse amor em outros corações.
            
            
              Um tal amor deviam os crentes sempre acariciar. Deviam viver
            
            
              em obediência voluntária ao novo mandamento. Tão intimamente
            
            
              tinham de estar unidos com Cristo a ponto de estar habilitados a
            
            
              [307]
            
            
              cumprir todos os seus reclamos. Sua vida devia magnificar o poder
            
            
              de um Salvador que poderia justificá-los por Sua justiça.
            
            
              Mas gradualmente se operou uma mudança. Os crentes come-
            
            
              çaram a olhar os defeitos uns dos outros. Demorando-se sobre os
            
            
              erros, dando lugar a severo criticismo, perderam de vista o Salvador
            
            
              e Seu amor. Tornaram-se mais estritos na observância de cerimônias
            
            
              exteriores, mais rigorosos na teoria que na prática da fé. Em seu
            
            
              zelo para condenar a outros, passavam por alto os próprios erros.
            
            
              Perderam o amor fraternal que Cristo lhes ordenara, e, o que é mais
            
            
              triste, não tinham consciência dessa perda. Não reconheceram que a
            
            
              felicidade e a alegria lhes estavam abandonando a vida, e que, ha-
            
            
              vendo excluído o amor de Deus do coração, estariam logo andando
            
            
              em trevas.
            
            
              João, sentindo que o amor fraternal estava diminuindo na igreja,
            
            
              insistiu com os crentes sobre a constante necessidade deste amor.
            
            
              Suas cartas à igreja estão repletas deste pensamento. “Amados,
            
            
              amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo
            
            
              aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não
            
            
              ama não conhece a Deus, pois Deus é amor. Nisto se manifestou o
            
            
              amor de Deus em nós: em haver Deus enviado o Seu Filho unigênito
            
            
              ao mundo, para vivermos por meio dEle. Nisto consiste o amor: não
            
            
              em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que Ele nos amou e
            
            
              enviou o Seu Filho como propiciação pelos nossos pecados. Amados,
            
            
              se Deus de tal maneira nos amou, devemos nós também amar uns
            
            
              aos outros”.
            
            
              1 João 4:7-11
            
            
              .
            
            
              Sobre o sentido especial em que esse amor deveria ser manifes-
            
            
              tado pelos crentes, escreve o apóstolo: “Todavia, vos escrevo novo
            
            
              mandamento, aquilo que é verdadeiro nele e em vós, porque as tre-
            
            
              vas se vão dissipando, e a verdadeira luz já brilha. Aquele que diz
            
            
              estar na luz e odeia a seu irmão, até agora, está nas trevas. Aquele
            
            
              que ama a seu irmão permanece na luz, e nele não há nenhum tro-