Página 402 - Atos dos Ap

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Capítulo 56 — Patmos
Mais de meio século havia passado, desde a organização da igreja
cristã. Durante esse tempo, a mensagem do evangelho tinha sofrido
constante oposição. Seus inimigos jamais afrouxaram os esforços
e, afinal, alcançaram êxito em arregimentar o poder do imperador
romano contra os cristãos.
Na terrível perseguição que se seguiu, o apóstolo João muito fez
para confirmar e fortalecer a fé dos crentes. Ele deu um testemu-
nho que seus adversários não puderam controverter, e que ajudou
seus irmãos a enfrentar com lealdade e coragem as provas que lhes
sobrevieram. Quando a fé dos cristãos lhes parecia vacilar sob a
feroz oposição que eram forçados a enfrentar, o velho e provado
servo de Jesus lhes repetia com poder e eloqüência a história do
Salvador crucificado e ressurgido. Mantinha firmemente a fé, e de
seus lábios brotava sempre a mesma alegre mensagem: “O que era
desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos,
o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da
vida... o que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos”.
1 João 1:1-3
.
João alcançou avançada idade. Testemunhou a destruição de
Jerusalém e a ruína do majestoso templo. Último sobrevivente dos
discípulos que haviam privado intimamente com o Salvador, sua
mensagem teve grande influência em estabelecer o fato de que Jesus
é o Messias, o Redentor do mundo. Ninguém poderia duvidar de sua
sinceridade, e através de seus ensinos muitos foram levados a deixar
a incredulidade.
Os príncipes dos judeus encheram-se de ódio atroz contra João
por sua inamovível fidelidade à causa de Cristo. Declararam que
de nada valeriam seus esforços contra os cristãos enquanto o teste-
munho de João soasse aos ouvidos do povo. Para que os milagres e
ensinos de Cristo fossem esquecidos, a voz da ousada testemunha
teria de ser silenciada.
João foi, por conseguinte, convocado a Roma para ser julgado
por sua fé. Ali perante as autoridades, as doutrinas do apóstolo foram
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