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Atos dos Apóstolos
constituem o meio de manutenção da obra do Senhor. Dos bens
confiados aos homens, Deus reclama uma porção definida — o
dízimo. A todos deixa Ele liberdade para decidir se desejam ou não
dar mais do que isso. Mas quando o coração é tocado pela influência
do Espírito Santo, e é feito um voto de dar certa importância, aquele
que fez o voto não tem mais direito sobre a porção consagrada.
Promessas dessa espécie feitas aos homens são consideradas como
irrescindíveis; seriam menos obrigatórias as feitas a Deus? São as
promessas julgadas no tribunal da consciência menos obrigatórias
que as escritas nos contratos humanos?
Quando a luz divina brilha no coração com clareza e poder
inusitados, o habitual egoísmo relaxa as garras e há disposição para
dar para a causa de Deus. Mas ninguém deve pensar que lhe será
permitido cumprir as promessas feitas, sem protesto da parte de
Satanás. Ele não tem prazer em ver o reino do Redentor estabelecido
na Terra. Sugere que a promessa feita foi excessiva, que isso poderá
prejudicar a aquisição de propriedades ou a satisfação dos desejos
da família.
É Deus quem abençoa os homens dando-lhes bens, e faz isso
para que eles possam contribuir para o progresso de Sua causa.
Ele envia o sol e a chuva. Faz florescer a vegetação. Dá saúde e
habilidade para serem adquiridos os meios. Todas as nossas bênçãos
são recebidas de Sua mão generosa. Em retribuição, Ele quer que
homens e mulheres demonstrem sua gratidão devolvendo-Lhe uma
parte em dízimos e ofertas — em ofertas de ação de graças, em
ofertas pelo pecado e ofertas voluntárias. Se o dinheiro entrasse para
a tesouraria de acordo com este plano divinamente recomendado
— a décima parte do que ganhamos e as ofertas liberais — haveria
abundância para o avanço do trabalho do Senhor.
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Mas o coração dos homens torna-se endurecido pelo egoísmo
e, à semelhança de Ananias e Safira, são tentados a reter parte do
preço, conquanto pretendam estar cumprindo os requisitos de Deus.
Muitos gastam dinheiro prodigamente na satisfação própria. Ho-
mens e mulheres consultam o prazer e satisfazem o gosto, ao passo
que levam para Deus, quase de má vontade, uma oferta mesquinha.
Esquecem-se de que, um dia, Deus pedirá estrita conta de como Seus
bens foram usados, e que não aceitará a insignificância que levam à
tesouraria, mais do que aceitou a oferta de Ananias e Safira.