O ministério do lar
179
Essa obra depende, em grande parte, dos pais. Nos esforços para
deter os avanços da intemperança e de outros males que corroem
como câncer o organismo social, se fosse concedida mais atenção à
tarefa de ensinar aos pais a maneira de formar os hábitos e o caráter
dos filhos, o resultado seria cem vezes mais benéfico. O hábito, força
tão poderosa para o mal, pode ser transformado pelos pais em força
para o bem. Têm de cuidar do rio desde a nascente, cumprindo-lhes
dar ao mesmo uma boa direção.
É possível aos pais lançar as bases de uma vida sã e feliz para
seus filhos. Podem fazer com que, ao deixarem o lar, eles possuam a
força moral necessária para resistir à tentação, e valor e força para
resolverem com êxito os problemas da vida. Podem inspirar-lhes o
propósito, e desenvolver neles a faculdade de tornar sua vida uma
honra para Deus e uma bênção para o mundo. Podem abrir retas
veredas para seus pés, através de sol e sombra, até às gloriosas alturas
celestes.
A missão do lar estende-se para além do círculo de seus mem-
bros. O lar cristão deve ser uma lição prática que ponha em relevo a
excelência dos princípios verdadeiros da vida. Semelhante exemplo
será no mundo uma força para o bem. Muito mais poderosa que
qualquer sermão pregado é a influência de um verdadeiro lar, no
coração e na vida. Ao deixarem um lar assim, os jovens ensinarão
[151]
as lições que aí aprenderam. Por essa maneira, penetrarão em outros
lares princípios mais nobres de vida, e uma influência regeneradora
será sentida na sociedade.
Há muitos outros para quem nossa família pode se tornar uma
bênção. Nossas recreações sociais não deveriam ser ditadas pelos
costumes do mundo, mas pelo Espírito de Cristo, e pelos ensinos
de Sua Palavra. Os israelitas, em todas as suas festas, admitiam os
pobres, os estrangeiros e os levitas, os quais eram ao mesmo tempo
ajudantes do sacerdote no santuário, mestres de religião e missioná-
rios. Todos esses eram considerados hóspedes do povo, recebendo
hospitalidade durante as festas sociais e religiosas, e sendo atendidos
carinhosamente em suas enfermidades e necessidades. A pessoas
assim devemos acolher em nosso lar. Quanto esse acolhimento não
alegraria e daria ânimo ao enfermeiro ou missionário, à mãe carre-
gada de cuidados e trabalhos árduos, ou às pessoas fracas e idosas,