Uma experiência elevada
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É um erro grave negligenciar a adoração pública de Deus. Os pri-
vilégios do culto divino não devem ser considerados levianamente.
Os que assistem aos doentes encontram-se muitas vezes impossibili-
tados de desfrutar desses privilégios, mas devem ser cuidadosos em
não deixar de freqüentar, sem razão plausível, a casa de oração. Na
assistência aos doentes, mais do que em qualquer outra ocupação
secular, o bom êxito depende do espírito de consagração e abnegação
com que o trabalho é feito. Os que desempenham responsabilidades
carecem de se colocar onde possam ser profundamente impressiona-
dos pelo Espírito de Deus. Mais do que ninguém, deveis ansiar pelo
auxílio do Espírito Santo e pelo conhecimento de Deus, tanto mais
quanto vossa posição de confiança é de maior responsabilidade que
a dos outros. Nada é mais necessário em vossos trabalhos do que
os resultados práticos da comunhão com Deus. Devemos mostrar,
em nossa vida diária, que temos paz e descanso no Senhor. Essa
paz no coração resplandecerá na fisionomia. Imprimirá à voz uma
força persuasiva. A comunhão com Deus refletirá no caráter e na
vida. Os homens conhecerão em nós, como nos primeiros discípulos,
que estivemos com Jesus. Eis o que dá ao obreiro um poder que
nada mais será capaz de lhe comunicar. Jamais devemos permitir ser
privados de tal poder. Carecemos de viver uma dupla vida — vida de
pensamento e de ação, de silenciosa prece e infatigável trabalho. A
energia recebida pela comunhão com Deus, unida ao ardente esforço
de educar o espírito em hábitos ponderados e cautelosos, preparam
para os deveres de cada dia, e conservam o espírito em paz em todas
as circunstâncias, ainda as mais adversas.
O divino conselheiro
— Quando estão em dificuldades, muitos
pensam que devem apelar para algum amigo terrestre, contar-lhe
suas perplexidades e pedir-lhe socorro. Sob circunstâncias difíceis, a
descrença enche-lhes o coração, e o caminho parece sombrio. Con-
tudo, ali está sempre a seu lado o poderoso e eterno Conselheiro
convidando-os a depositar nEle sua confiança. Jesus, o que sobre
Si levou nossos cuidados, diz-nos: “Vinde a Mim, e encontrareis
descanso.” Afastar-nos-emos dEle para recorrer a falíveis seres hu-
manos, tão dependentes de Deus como nós próprios?
Podeis sentir a imperfeição do vosso caráter e a insignificância
das vossas capacidades, em comparação com a grandeza da obra.
Mas, ainda que tivésseis a maior inteligência, isso não bastaria para