Capítulo 9 — Auxílio aos tentados
Não foi porque nós O amássemos primeiro que Cristo nos amou;
mas, “sendo nós ainda pecadores” (
Romanos 5:8
), Ele morreu por
nós). Não nos trata segundo os nossos merecimentos. Embora nossos
pecados mereçam condenação, Ele não nos condena. Ano após ano,
tem lidado com a nossa fraqueza e ignorância, com nossa ingratidão
e extravios. Apesar desses desvios, nossa dureza de coração, nossa
negligência de Sua santa Palavra, Sua mão ainda se acha estendida
para nós.
A graça é um atributo de Deus, exercido para com as indig-
nas criaturas humanas. Não a buscamos, porém ela foi enviada a
procurar-nos. Deus Se regozija de conceder-nos Sua graça, não por-
que somos dignos, mas porque somos tão completamente indignos.
Nosso único direito a Sua misericórdia é nossa grande necessidade.
O Senhor Deus, por intermédio de Jesus Cristo, estende o dia
todo a mão num convite aos pecadores e caídos. A todos receberá.
Dá as boas-vindas a todos. É Sua glória perdoar ao maior dos pe-
cadores. Ele tomará a presa ao valente, libertará o cativo, tirará do
fogo o tição. Baixará a áurea cadeia de Sua misericórdia às mais
baixas profundezas da ruína humana, e erguerá a degradada alma,
contaminada pelo pecado.
Toda criatura humana é objeto de amoroso interesse por parte
dAquele que deu a vida a fim de reconduzir os homens a Deus.
Almas culpadas e impotentes, sujeitas a ser destruídas pelos ardis e
artes de Satanás, são cuidadas como a ovelha do rebanho o é pelo
pastor.
O exemplo do Salvador deve ser a norma de nosso serviço pelo
tentado e o errante. O mesmo interesse e ternura e longanimidade
que Ele tem manifestado para conosco, nos cumpre mostrar para
com os outros. “Como Eu vos amei a vós”, diz Ele, “que também
vós uns aos outros vos ameis”.
João 13:34
. Se Cristo habita em
nós, manifestaremos Seu abnegado amor para com todos com quem
temos de tratar. Ao vermos homens e mulheres necessitados de
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