Auxílio aos tentados
67
ança, deixando-o então sob a vigilância de sua própria honra. Mesmo
aqueles que haviam caído mais baixo, Ele tratava com respeito. Era
para Cristo uma contínua dor o contato com a inimizade, a depra-
vação e a impureza; nunca, porém, proferiu Ele uma expressão que
mostrasse estarem as Suas sensibilidades chocadas ou ofendidos
os Seus apurados gostos. Fossem quais fossem os maus hábitos, os
fortes preconceitos ou as dominantes paixões das criaturas humanas,
Ele as encarava a todas com piedosa ternura. Ao partilharmos de Seu
Espírito, olharemos todos os homens como irmãos, com idênticas
tentações e provas, caindo muitas vezes e lutando por se erguer no-
vamente, combatendo contra o desânimo e as dificuldades, sedentos
de simpatia e auxílio. Então nos aproximaremos deles de modo a
não desanimá-los nem repeli-los, mas a despertar esperança em seu
coração. Ao serem assim animados, poderão dizer em confiança: “Ó
inimiga minha, não te alegres a meu respeito; ainda que eu tenha
caído, levantar-me-ei; se morar nas trevas, o Senhor será a minha
luz.” Ele julgará “a minha causa” e executará “o meu direito”. Ele
trazer-me-á “à luz, e eu verei a Sua justiça”.
Miquéias 7:8, 9
. Deus
“da Sua morada contempla todos os moradores da Terra.Ele é que
forma o coração de todos eles”.
Salmos 33:14, 15
.
Ele nos manda, no trato com os tentados e errantes, olhar “por
ti mesmo, para que não sejas também tentado”.
Gálatas 6:1
. Com
um senso de nossas próprias enfermidades, teremos compaixão das
enfermidades dos outros.
“Quem é que te faz sobressair? E que tens tu que não tenhas
recebido?”
1 Coríntios 4:7
. “Um só é o vosso Mestre, [...] e todos
vós sois irmãos”.
Mateus 23:8
. “Por que julgas teu irmão? Ou tu,
também, por que desprezas teu irmão? [...] Assim que não nos jul-
[59]
guemos mais uns aos outros; antes, seja o vosso propósito não pôr
tropeço ou escândalo ao irmão”.
Romanos 14:10, 13
.
É sempre humilhante ver seus próprios erros apontados. Nin-
guém deveria tornar a prova mais amarga por desnecessárias cen-
suras. Ninguém já foi conquistado por meio de repreensão; mas
muitos têm sido assim alienados, sendo levados a endurecer o cora-
ção contra as convicções. Um espírito brando, uma maneira suave
e cativante, pode salvar o desviado, e encobrir uma multidão de
pecados.