O amor de Deus
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via sequer uma queixa de doença, pois Ele ali passara e curara todos
os enfermos. Sua obra era evidência da unção divina. Amor, miseri-
córdia e compaixão estavam presentes em cada ato de Sua vida. Seu
coração se comovia em meiga simpatia para com as pessoas. Ele
assumiu a natureza humana para que pudesse ir ao encontro de cada
necessidade do ser humano. Os mais pobres e humildes não temiam
aproximar-se dEle. Até as criancinhas eram atraídas para Ele. Elas
gostavam muito de sentar-se no Seu colo e olhar para aquele rosto
sereno, bondoso, cheio de amor.
Jesus não suprimia sequer uma palavra da verdade, mas falava
sempre com amor. Ele tinha tato e prestava bondosa atenção ao inte-
ragir com as pessoas. Nunca Se mostrava rude, jamais pronunciava
uma palavra severa sem necessidade e evitava causar dor desneces-
sária a uma pessoa sensível. Ele não censurava a fraqueza humana.
Falava a verdade, mas sempre com amor. Denunciava a hipocrisia, a
incredulidade e a iniquidade; mas Suas repreensões rigorosas eram
sempre proferidas com lágrimas e tristeza. Chorou por Jerusalém, a
cidade que Ele amava, a qual se recusou a receber Aquele que é o
Caminho, a Verdade e a Vida. Os líderes rejeitaram o Salvador, mas
Ele os considerava com meiga compaixão. Sua vida foi de abnega-
ção e repleta de cuidado pelos outros. Cada pessoa era preciosa aos
Seus olhos. Embora sempre Se apresentasse com divina dignidade,
inclinava-Se com amorosa simpatia para atender a cada membro
da família de Deus. Ele via em todos os homens seres caídos, cuja
salvação era o objetivo de Sua missão.
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Assim é o caráter de Cristo, como foi revelado em Sua vida.
Esse também é o caráter de Deus. Do coração do Pai é que brotavam
as torrentes da divina compaixão manifestada em Cristo, fluindo
até alcançar os filhos dos homens. Jesus, o meigo e compassivo
Salvador, era Deus “manifestado na carne”.
1 Timóteo 3:16
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Foi para nos redimir que Jesus viveu, sofreu e morreu. Ele tornou-
se um “Homem de dores” para que pudéssemos participar das ale-
grias eternas. Deus permitiu que o Seu Filho amado, cheio de graça e
verdade, deixasse um mundo de glória indescritível e viesse para um
mundo corrompido e maculado pelo pecado, escurecido pelas som-
bras da morte e da maldição. Ele permitiu que Jesus deixasse Sua
amorosa companhia e a adoração dos anjos para sofrer a vergonha,
os insultos, a humilhação, o ódio e a morte. “O castigo que nos traz