Mudança de rumo
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juízos de Deus, reconheceu seu pecado apenas para livrar-se de
maiores castigos, mas voltou a desafiar o Céu assim que as pragas
foram suspensas. Todos esses lamentaram os resultados do pecado,
mas não se entristeceram pelo próprio pecado.
Quando o coração permite que o Espírito de Deus o influencie, a
consciência é despertada, e o pecador começa a discernir a profundi-
dade e santidade da lei de Deus, que é o alicerce do Seu governo no
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Céu e na Terra. A “luz, que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem”
(
João 1:9
) chega também aos segredos do coração, e as coisas que
estão escondidas são reveladas. Um senso de culpa apodera-se da
mente e do coração dessa pessoa. Ela passa a sentir a justiça de
Jeová, e experimenta um sentimento de horror, em sua própria culpa
e impureza, diante do Deus que conhece tudo o que vai dentro do
coração. Vê o amor de Deus, a beleza da santidade, a alegria da
pureza, e deseja ser purificada e ver restaurada sua comunhão com o
Céu.
A oração de Davi após sua queda ilustra a natureza da verdadeira
tristeza pelo pecado. Seu arrependimento foi sincero e profundo.
Não houve esforço para minimizar sua culpa. Sua oração não foi
inspirada pelo desejo de escapar do julgamento que o ameaçava.
Davi tomou consciência da grandeza da sua transgressão, viu a
contaminação da sua mente e passou a aborrecer o pecado. Ele não
orou somente pelo perdão, mas para ter o coração purificado. Ele
passou a anelar a alegria da santidade e a restauração da harmonia e
da comunhão com Deus. Assim ele se expressou:
“Bem-aventurado aquele cuja iniquidade é perdoada, cujo pe-
cado é coberto.
Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não atribui iniqui-
dade e em cujo espírito não há dolo”.
Salmos 32:1, 2
.
“Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a Tua benignidade;
e, segundo a multidão das Tuas misericórdias, apaga as minhas
transgressões. [...]
Pois eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está
sempre diante de mim. [...]
Purifica-me com hissopo, e ficarei limpo; lava-me, e ficarei mais
alvo que a neve. [...]
Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim
um espírito inabalável.