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Caminho a Cristo
arrependimento e que lhe revele Cristo em Seu infinito amor e
perfeita pureza. Na vida do Salvador, os princípios da lei de Deus —
amar a Deus e ao próximo — foram perfeitamente exemplificados.
A benevolência e o amor altruísta eram a razão da Sua vida. Quando
contemplamos o Salvador, e Sua luz nos ilumina, é que podemos ver
a pecaminosidade do nosso coração.
Pode ser que, tal como Nicodemos, nos orgulhemos em dizer que
temos vivido de maneira justa, que a nossa conduta moral é correta e,
assim, pensar que não precisamos humilhar o coração diante de Deus
como um pecador comum. Mas, quando a luz que vem de Cristo
brilha em nosso coração, passamos a ver como somos impuros;
discernimos nossos motivos egoístas, nossa inimizade contra Deus,
que tem manchado cada ato da nossa vida. Só então reconheceremos
que nossa justiça é na verdade igual a trapos sujos, e que somente o
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sangue de Cristo pode limpar-nos da impureza do pecado e renovar
nosso coração à Sua semelhança.
Um simples raio da glória de Deus, um lampejo da pureza de
Cristo que penetre no coração torna dolorosamente visível cada
mancha impura, e revela claramente a deformidade e os defeitos
do caráter humano. Os desejos não santificados, a infidelidade do
coração e a impureza dos lábios ficam evidentes. Os atos de desleal-
dade e de desrespeito à lei de Deus são expostos. Sob a influência
perscrutadora do Espírito Santo, o coração do pecador é atingido,
e ele fica aflito. O pecador se torna completamente perturbado e
insatisfeito ao ver o puro e imaculado caráter de Cristo.
Quando contemplou a glória que cercava o mensageiro celestial
que lhe fora enviado, o profeta Daniel ficou prostrado ao reconhecer
a própria debilidade e imperfeição. Descrevendo o efeito daquela
cena maravilhosa, ele disse: “Não restou força em mim; o meu rosto
mudou de cor e se desfigurou, e não retive força alguma”.
Daniel
10:8
. O coração tocado dessa maneira passa a odiar seu egoísmo e
amor-próprio. A solução que resta é, através da justiça de Cristo,
buscar a pureza de coração que está em harmonia com a lei de Deus
e o caráter de Cristo.
Paulo disse que “quanto à justiça que há na lei”, naquilo que
dizia respeito aos atos exteriores, ele era “irrepreensível” (
Filipenses
3:6
); mas, quando discerniu o caráter espiritual da lei, ele reconheceu
que era um pecador. Julgado pela letra da lei, conforme as pessoas a