Página 70 - Caminho a Cristo

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Caminho a Cristo
que nada faz além de orar em breve abandonará essa prática; suas
orações acabarão se tornando uma formalidade rotineira. Quando
as pessoas se afastam da vida em sociedade e ficam distantes da
esfera do dever cristão, deixando de levar sua cruz; quando deixam
de trabalhar de maneira dedicada pelo Mestre, Aquele que por elas
Se entregou, acabam perdendo o objetivo essencial da oração e o
estímulo à devoção. Suas orações se tornam pessoais e egoístas.
Não conseguem orar em favor das necessidades dos outros nem pelo
estabelecimento do reino de Cristo.
Sofremos uma perda quando negligenciamos o privilégio de
reunir-nos para fortalecer e animar uns aos outros no serviço de
Deus. As verdades da Sua Palavra perdem o atrativo e a impor-
tância para nossa mente. Nosso coração deixa de ser iluminado e
comovido por Sua influência santificadora, e nossa espiritualidade
declina. Perdemos muito em nossas relações como cristãos por falta
de simpatia um pelos outros. Aquele que se fecha em si mesmo não
está preenchendo a posição designada por Deus. O cultivo adequado
dos elementos sociais de nossa natureza desenvolve a simpatia de
uns em relação aos outros e é uma maneira de nos fazer crescer e
fortalecer-nos para o serviço de Deus.
Se os cristãos estivessem unidos e falassem uns com os outros
sobre o amor de Deus e as preciosas verdades da redenção, seu co-
ração seria renovado e ajudariam uns aos outros. Devemos aprender
diariamente de nosso Pai celestial, e dEle sempre obter uma nova
experiência de Sua graça; só então desejaremos falar de Seu amor.
Ao assim fazermos, nosso próprio coração ficará confortado e ani-
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mado. Se pensarmos e falarmos mais de Jesus, e menos do próprio
eu, teremos muito mais de Sua presença conosco.
Se pensássemos em Deus tantas vezes quantas percebemos as
evidências de Seu cuidado por nós, O teríamos sempre em nossos
pensamentos e nos deleitaríamos em falar dEle e em louvá-Lo. Fa-
lamos de coisas materiais porque nisso temos interesse. Falamos
de nossos amigos, pois os amamos; com eles partilhamos nossas
alegrias e tristezas. Temos, no entanto, razões muito maiores para
amar mais a Deus do que aos nossos amigos terrestres. Deveria ser
a coisa mais natural do mundo fazer dEle o primeiro em todos os
nossos pensamentos, falar de Sua bondade e contar aos outros do
Seu poder. Os ricos dons que Ele derramou sobre nós não deve-