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O Desejado de Todas as Nações
que Ele cresça e que eu diminua”.
João 3:30
. Ergueram-se com nova
determinação de pôr termo à obra que estava afastando deles o povo.
Jesus sabia que eles não poupariam esforços para criar divisão
entre Seus discípulos e os de João. Sabia que se estava preparando
a tempestade que arrebataria um dos maiores profetas já dados ao
mundo. Desejando evitar toda ocasião de mal-entendido ou dis-
sensão, interrompeu calmamente Seus labores, e retirou-Se para a
Galiléia. Nós igualmente, conquanto leais à verdade, devemos pro-
curar evitar tudo quanto possa levar à discórdia ou má compreensão.
Pois sempre que estas surgem, trazem em resultado perda de almas.
Quando quer que apareçam circunstâncias que ameacem divisão,
cumpre-nos seguir o exemplo de Jesus e de João Batista.
João fora chamado para dirigir uma obra de reforma. Em razão
disto, seus discípulos corriam o risco de fixar nele a atenção, julgando
que o êxito da obra dependia de seus labores, e perdendo de vista
o fato de ser ele mero instrumento por meio do qual Deus havia
operado. A obra de João não era, todavia, suficiente para lançar
as bases da igreja cristã. Havendo cumprido sua missão, fazia-se
necessário outra obra, que seu testemunho não poderia realizar. Seus
discípulos não percebiam isso. Ao verem Cristo chegar para tomar
posse da obra, enciumaram-se e ficaram descontentes.
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Os mesmos perigos existem ainda. Deus chama um homem para
fazer certa obra; e ao havê-la ele conduzido até ao ponto para o
qual se acha habilitado, o Senhor introduz outros, para levá-la mais
adiante. Como os discípulos de João, porém, muitos sentem que
o sucesso da obra depende do primeiro obreiro. Fixa-se a atenção
sobre o humano em lugar de concentrar no divino, introduz-se o
ciúme, e a obra de Deus é manchada. Aquele que é assim indevi-
damente honrado sofre a tentação de nutrir a confiança no próprio
eu. Não compreende sua dependência de Deus. O povo é ensinado a
descansar no homem, quanto à guia, e caem assim em erro, sendo
desviados de Deus.
A obra do Senhor não deve receber a imagem e a inscrição do
homem. De tempos a tempos Ele introduz aí instrumentos diversos,
mediante os quais melhor se pode cumprir o Seu desígnio. Felizes
os que de boa vontade se submetem à humilhação do próprio eu,
dizendo juntamente com João: “É necessário que Ele cresça e que
eu diminua”.
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