Página 163 - O Desejado de Todas as Na

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Betesda e o Sinédrio
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dres. No momento propício, porém, ninguém havia que o ajudasse
a entrar na água. Vira o movimento das águas, mas nunca lhe fora
possível chegar além da beira do tanque. Outros, mais fortes que
ele, imergiam primeiro. Não podia competir com a turba egoísta e
pronta a apoderar-se da vantagem. Seus persistentes esforços em
direção desse único objetivo, bem como a ansiedade e as contínuas
decepções nesse sentido, estavam-lhe consumindo rapidamente as
restantes energias.
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O enfermo jazia em sua esteira, quando, dirigindo casualmente a
fronte para olhar ao tanque, eis que um terno e compassivo semblante
se achava inclinado por sobre ele, e prenderam-lhe a atenção as
palavras: “Queres ficar são?”
João 5:6
. A esperança brotou-lhe no
coração. Sentiu que, de qualquer modo, ia ser ajudado. Em breve,
porém, desvaneceu-se-lhe o brilho de animação. Lembrou-se de
quantas vezes experimentara chegar ao tanque, e tinha agora pouca
probabilidade de viver até que a água fosse novamente agitada.
Voltou-se fatigado, dizendo: “Senhor, não tenho homem algum que,
quando a água é agitada, me meta no tanque; mas, enquanto eu vou,
desce outro antes de mim”.
João 5:7
.
Jesus não pediu a esse sofredor que tivesse fé nEle. Diz sim-
plesmente: “Levanta-te, toma a tua cama, e anda”.
João 5:8
. A fé
do homem, todavia, apodera-se daquelas palavras. Cada nervo e
músculo vibra de nova vida, e a energia da saúde enche-lhe os mem-
bros paralisados. Sem duvidar, determina-se a obedecer à ordem
de Cristo, e todos os músculos obedecem-lhe à vontade. Pondo-se
repentinamente de pé, sente-se um homem no exercício de suas
atividades.
Jesus não lhe dera nenhuma certeza de auxílio divino. O homem
se podia haver detido a duvidar, perdendo a única oportunidade de
cura. Creu, porém, na Palavra de Cristo, e agindo sobre ela, recebeu
a força.
Por meio da mesma fé podemos receber cura espiritual. Fomos,
pelo pecado, separados da vida de Deus. Temos a alma paralítica.
Não somos, por nós mesmos, mais capazes de viver vida santa, do
que o era aquele homem de andar. Muitos há que compreendem a
própria impotência, e anseiam aquela vida espiritual que os porá
em harmonia com Deus; estão vãmente lutando por obtê-la. Em
desespero, clamam: “Miserável homem que eu sou! quem me li-