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O Desejado de Todas as Nações
E Deus “deu-Lhe poder de exercer o juízo, porque é o Filho do
homem”. Como Ele tenha provado as próprias fezes do cálice da
aflição e tentação humanas, e compreenda as fragilidades e pecados
dos homens; como tenha, em nosso favor, resistido vitoriosamente
às tentações de Satanás, e lidará justa e ternamente com as pessoas
para cuja salvação derramou o próprio sangue — o Filho do homem
é indicado para exercer o juízo.
A missão de Cristo, porém, não era julgar, mas salvar. “Deus en-
viou o Seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas
para que o mundo fosse salvo por Ele”.
João 3:17
. E perante o Siné-
drio Jesus declarou: “Quem ouve a Minha Palavra, e crê nAquele
que Me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas
passou da morte para a vida”.
João 5:24
.
Pedindo a Seus ouvintes que não se maravilhassem, Cristo de-
senrolou diante deles, em visão ainda mais ampla, o mistério do
futuro: “Vem a hora”, disse, “em que todos os que estão nos se-
pulcros ouvirão a Sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a
ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da
condenação”.
João 5:28, 29
.
Essa certeza da vida futura era a que Israel há tanto aguardara,
e esperava receber por ocasião do advento do Messias. Sobre eles
estava a resplandecer a única luz que pode iluminar as sombras da
sepultura. A obstinação, porém, é cega. Jesus violara as tradições
dos judeus, e desprezara-lhes a autoridade, e eles não queriam crer.
O tempo, o local, a ocasião, a intensidade dos sentimentos que
animavam a assembléia, tudo se combinou para tornar mais impressi-
vas as palavras de Jesus perante o Sinédrio. As mais altas autoridades
religiosas da nação estavam procurando tirar a vida Àquele que Se
declarava o restaurador de Israel. O Senhor do sábado era citado pe-
rante um tribunal terrestre, para responder à acusação de quebrantar
a lei sabática. Ao declarar Ele tão intrepidamente Sua missão, Seus
juízes contemplaram-nO espantados e enfurecidos; Suas palavras,
todavia, eram irrespondíveis. Não O podiam condenar. Recusava aos
sacerdotes e rabis o direito de interrogar acerca de Sua obra, ou nela
interferir. Não estavam revestidos dessa autoridade. Suas pretensões
baseavam-se no próprio orgulho e arrogância. Ele Se recusava a
reconhecer-Se culpado de suas acusações, ou ser catequizado por
ele.
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