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O Desejado de Todas as Nações
terra de Naftali; [...] junto ao caminho do mar, além do Jordão, a Ga-
liléia dos gentios. O povo que andava em trevas viu uma grande luz,
e sobre os que habitavam na região da sombra de morte resplandeceu
a luz”.
Isaías 9:1, 2
.
Além da multidão da praia de Genesaré, tinha Jesus, em Seu
sermão junto ao mar, outros auditórios em mente. Olhando através
dos séculos, viu Seus fiéis no cárcere e no tribunal, em tentação,
isolamento e dor. Toda cena de alegria e de luta e perplexidade se
achava aberta perante Ele. Nas palavras proferidas aos que estavam
reunidos ao Seu redor, falava também a essas outras pessoas as
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próprias palavras que chegariam até elas com uma mensagem de
esperança na provação, de conforto na dor, de celeste luz em meio
das trevas. Por meio do Espírito Santo, aquela voz que falava do
barco de pescador, no Mar da Galiléia, far-se-ia ouvir comunicando
paz a corações humanos até à consumação dos séculos.
Findo o discurso, Jesus voltou-Se para Pedro, e pediu-lhe que se
fizesse ao mar alto, e lançasse as redes para pescar. Mas Pedro estava
desanimado. Toda a noite não apanhara coisa alguma. Durante as
solitárias horas, pensara na sorte de João Batista, definhando sozinho
na prisão. Pensara na perspectiva diante de Jesus e Seus seguidores,
no mau êxito da missão na Judéia, e na maldade dos sacerdotes e
rabis. Sua própria ocupação lhe falhava; e, ao olhar às redes vazias,
o futuro afigurava-se-lhe sombrio e desanimador. “Mestre, havendo
trabalhado toda a noite, nada apanhamos; mas, sobre a Tua Palavra,
lançarei a rede”.
Lucas 5:5
.
A noite era o único tempo propício para pescar com redes nas
claras águas do lago. Depois de labutar a noite inteira sem resultado,
parecia inútil lançar a rede de dia; Jesus, porém, dera a ordem, e o
amor por seu Mestre levou os discípulos a obedecer. Simão e seu
irmão deitaram juntos a rede. Ao tentarem recolhê-la, tão grande
era a quantidade de peixes apanhados, que começou a romper-se.
Foram forçados a chamar Tiago e João em seu auxílio. E havendo
recolhido o conteúdo, tão grande era a carga em ambos os barcos,
que se viram ameaçados de ir a pique.
Mas Pedro não cuidava agora de barcos e carregamentos. Esse
milagre, acima de todos quantos havia presenciado, foi-lhe uma
manifestação de poder divino. Viu em Jesus Alguém que tinha toda
a natureza sob Seu comando. A presença da divindade revelou-lhe a