Página 245 - O Desejado de Todas as Na

Basic HTML Version

“Nomeou doze”
241
praia do lago. Ali, circundado pelas obras de Sua própria criação,
podia dirigir o pensamento dos ouvintes do artificial para o natural.
No crescimento e desenvolvimento da natureza, revelavam-se os
princípios de Seu reino. Ao erguerem os homens o olhar para as
montanhas de Deus, contemplando as maravilhosas obras de Suas
mãos, poderiam aprender preciosas lições de verdade divina. Os
ensinos de Cristo ser-lhes-iam repetidos nas cenas da natureza. O
mesmo acontece com os que se dirigem aos campos com Cristo no
coração. Sentir-se-ão circundados de santa influência. As coisas da
natureza evocavam as parábolas de nosso Senhor, e repetem-Lhe os
[199]
conselhos. Pela comunhão com Deus na natureza, eleva-se o espírito
e o coração encontra paz.
O primeiro passo devia ser dado agora na organização da igreja
que, após a partida de Cristo, O devia representar na Terra. Não
tinham a sua disposição nenhum custoso templo, mas o Salvador
conduziu os discípulos ao retiro que amava, e no espírito dos mesmos
ficaram para sempre ligados os sagrados incidentes daquele dia com
a beleza das montanhas, do vale e do mar.
Jesus chamara os discípulos para que os pudesse enviar como
testemunhas Suas, a fim de contarem ao mundo o que dEle tinham
visto e ouvido. Seu encargo era o mais importante a que já haviam
sido chamados seres humanos, sendo-lhe superior apenas o do pró-
prio Cristo. Deviam ser coobreiros de Deus na salvação do mundo.
Como no Antigo Testamento os doze patriarcas ocupam o lugar de
representantes de Israel, assim os doze apóstolos deviam servir de
representantes da igreja evangélica.
O Salvador conhecia o caráter dos homens que escolhera; todas
as suas fraquezas e erros Lhe eram patentes; sabia os perigos por
que deviam passar, a responsabilidade que devia pesar sobre eles;
e o coração afligiu-se-Lhe por esses escolhidos. Sozinho sobre a
montanha junto ao Mar da Galiléia, passou a noite inteira em oração
pelos discípulos, enquanto eles mesmos dormiam ao pé do monte.
Aos primeiros clarões da aurora, chamou-os para junto de Si; pois
tinha alguma coisa importante a lhes comunicar.
Esses discípulos tinham estado por algum tempo unidos a Jesus
em labor ativo. João e Tiago, André e Pedro, com Filipe e Natanael,
e Mateus, estiveram mais intimamente ligados a Ele do que os
outros, e testemunharam mais de Seus milagres. Pedro, Tiago e