Página 247 - O Desejado de Todas as Na

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“Nomeou doze”
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Em feliz contraste com a incredulidade de Filipe, estava a in-
fantil confiança de Natanael. Era homem de natureza intensamente
fervorosa; homem cuja fé se apoderava das realidades invisíveis.
Todavia, Filipe foi aluno na escola de Cristo, e o divino Mestre lidou
pacientemente com sua incredulidade e espírito tardio. Quando o Es-
pírito Santo foi derramado sobre os discípulos, Filipe tornou-se um
mestre segundo as normas divinas. Sabia de que falava, e ensinava
com uma certeza que levava convicção aos ouvintes.
Enquanto Jesus estava preparando os discípulos para sua orde-
nação, um que não fora chamado se esforçou para ser contado entre
eles. Foi Judas Iscariotes, que professava ser seguidor de Cristo.
Adiantou-se então, solicitando um lugar nesse círculo mais íntimo
de discípulos. Com grande veemência e aparente sinceridade, decla-
rou: “Senhor, seguir-Te-ei para onde quer que fores.” Jesus nem o
repeliu, nem o acolheu com mostras de agrado, mas proferiu apenas
as tristes palavras: “As raposas têm covis, e as aves do céu ninhos,
mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça”.
Mateus
8:19, 20
. Judas acreditava que Jesus fosse o Messias; e, ao unir-se
aos discípulos, esperava assegurar para si alta posição no novo reino.
Essa esperança quis Jesus tirar com a declaração de Sua pobreza.
Os discípulos estavam ansiosos por que Judas fosse contado
entre eles. Tinha imponente aparência, era dotado de perspicácia e
habilidade executiva, e eles o recomendaram a Jesus como pessoa
que Lhe seria de grande utilidade na obra. Surpreenderam-se de que
o recebesse tão friamente.
Os discípulos tinham ficado muito decepcionados de que Je-
sus não houvesse buscado obter a cooperação dos guias de Israel.
Achavam que era erro não consolidar Sua causa com o apoio des-
ses homens de influência. Houvesse Ele repelido a Judas, e teriam,
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em seu íntimo, posto em dúvida a sabedoria do Mestre. A história
posterior de Judas revelar-lhes-ia o perigo de permitir qualquer con-
sideração mundana influir no julgar a capacidade de homens para a
obra de Deus. A cooperação de homens como os que os discípulos
estavam ansiosos por conseguir teria entregue a obra nas mãos dos
piores inimigos.
Todavia, quando Judas se uniu aos discípulos, não era insensível
à beleza do caráter de Cristo. Sentia a influência daquele poder divino
que atraía pecadores ao Salvador. Aquele que não viera quebrar a