Página 259 - O Desejado de Todas as Na

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O sermão da montanha
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cer entre os homens, para que o sabor do amor divino seja como sal
a preservar o mundo da corrupção.
Corações que correspondem à influência do Espírito Santo, são
condutos por onde fluem as bênçãos divinas. Fossem os servos de
Deus tirados da Terra, e Seu Espírito retirado dentre os homens, este
mundo seria entregue à desolação e destruição, o fruto do domínio
de Satanás. Conquanto os ímpios não o saibam, devem até mesmo
as bênçãos desta vida, à presença do povo de Deus no mundo, esse
povo que desprezam e oprimem. Mas se os cristãos o são apenas de
nome, são como o sal que perdeu o sabor. Não exercem nenhuma
influência para bem no mundo. São, pela falsa representação de
Deus, piores que os incrédulos.
“Vós sois a luz do mundo”.
Mateus 5:14
. Os judeus pensa-
vam limitar os benefícios da salvação a seu próprio povo; mas Jesus
mostrou-lhes que a salvação é como a luz do Sol. Pertence ao mundo.
A religião da Bíblia não deve ser confinada dentro da capa de um
livro, ou entre as paredes de uma igreja, nem ser manifestada aciden-
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talmente, para nosso proveito, sendo então posta de novo à margem.
Cumpre santificar a vida diária, manifestar-se em toda transação de
negócio, e em todas a relações sociais.
O verdadeiro caráter não se molda exteriormente; irradia do inte-
rior. Se desejamos dirigir outros na vereda da justiça, os princípios da
eqüidade devem ser entronizados na própria alma. Nossa profissão
de fé pode proclamar a teoria da religião, mas é a piedade que revela
a palavra da verdade. A vida coerente, a santa conversação, a inaba-
lável integridade, o espírito ativo e beneficente, o piedoso exemplo
— eis os condutos pelos quais a luz é comunicada ao mundo.
Jesus não demorara nas especificações da lei, mas não permitiu
que Seus ouvintes concluíssem que viera pôr de parte suas reivin-
dicações. Sabia que havia espiões prontos a pegarem toda palavra
susceptível de ser torcida para servir ao próprio desígnio. Sabia dos
preconceitos que existiam no espírito de muitos de Seus ouvintes,
e não disse coisa alguma para lhes perturbar a fé na religião e ins-
tituições que lhes foram entregues por intermédio de Moisés. O
mesmo Cristo dera tanto a lei moral, como a cerimonial. Não viera
destruir a confiança em Suas próprias instruções. Era por causa de
Sua grande reverência pela lei e os profetas, que procurava fazer
uma brecha no muro de exigências tradicionais que cercava os ju-