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O Desejado de Todas as Nações
tem demonstrado insuficiente para a salvação da alma. Não pro-
duz os frutos de justiça. Uma cuidadosa consideração pelo que é
classificado verdade teológica, acompanha freqüentemente o ódio
pela verdade genuína, segundo se manifesta na vida. Os mais tristes
capítulos da História acham-se repletos do registro de crimes co-
metidos por fanáticos adeptos de religiões. Os fariseus pretendiam
ser filhos de Abraão, e vangloriavam-se de possuir os oráculos de
Deus; todavia, essas vantagens não os preservavam do egoísmo, da
malignidade, da ganância e da mais baixa hipocrisia. Julgavam-se os
maiores religiosos do mundo, mas sua chamada ortodoxia os levou
a crucificar o Senhor da glória.
O mesmo perigo existe ainda. Muitos se têm na conta de cristãos,
simplesmente porque concordam com certos dogmas teológicos.
Não introduziram, porém, a verdade na vida prática. Não creram
nela nem a amaram; não receberam, portanto, o poder e a graça
que advêm mediante a santificação da verdade. Os homens podem
professar fé na verdade; mas, se ela não os torna sinceros, bondosos,
pacientes, dominados, tomando prazer nas coisas de cima, é uma
maldição a seu possuidor e, por meio de sua influência, uma maldição
ao mundo.
A justiça ensinada por Cristo é conformidade de coração e de
vida com a revelada vontade de Deus. Os pecadores só se podem
tornar justos, à medida que têm fé em Deus, e mantêm vital ligação
com Ele. Então a verdadeira piedade lhes elevará os pensamentos e
enobrecerá a vida. Então, as formas externas da religião se harmoni-
zam com a interior pureza cristã. As cerimônias exigidas no serviço
de Deus não são nesse caso ritos destituídos de sentido, como os dos
fariseus hipócritas.
Jesus toma separadamente os mandamentos, e expõe-lhes a pro-
fundidade e a largura das reivindicações. Em lugar de remover um
jota de sua força, mostra quão vasto é o alcance de seus princípios,
e expõe o erro fatal dos judeus em sua ostentação exterior de obe-
diência. Declara que, pelo mau pensamento ou o cobiçoso olhar,
é transgredida a lei divina. Uma pessoa que se torna participante
da mínima injustiça, está violando a lei e degradando sua própria
natureza moral. O homicídio existe primeiro na mente. Aquele que
dá ao ódio um lugar no coração, está pondo o pé no caminho do
assassínio, e suas ofertas são aborrecíveis a Deus.