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O Desejado de Todas as Nações
Intimamente ligada à advertência de Cristo acerca do pecado
contra o Espírito Santo, encontra-se a que é dada contra as palavras
ociosas e más. As palavras são um indício do que se acha no coração.
“Da abundância do seu coração fala a boca.” Mas as palavras são
mais que um indício do caráter; têm poder de reagir sobre o caráter.
Os homens são influenciados por suas próprias palavras. Muitas
vezes, levados por momentâneo impulso, instigados por Satanás,
dão expressão ao ciúme ou às más suspeitas, exprimindo aquilo em
que não crêem realmente; essa expressão, porém, reage sobre os
pensamentos. São enganados pelas próprias palavras, e chegam a
crer verdade aquilo que disseram por instigação de Satanás. Uma
vez tendo expressado uma opinião ou decisão, são muitas vezes
demasiado orgulhosos para a retratar, e tentam provar acharem-se
com a razão, até que chegam a crer ser realmente assim. É perigoso
emitir uma palavra de dúvida, perigoso questionar e criticar a luz
divina. O hábito de descuidosa e irreverente crítica, reage sobre o
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caráter, fomentando irreverência e incredulidade. Muito homem con-
descendente com esse hábito assim tem prosseguido, inconsciente
do perigo, até chegar ao ponto de criticar e rejeitar a obra do Espírito
Santo. Jesus disse: “De toda palavra ociosa que os homens disserem,
hão de dar conta no dia do juízo. Porque por tuas palavras serás
justificado, e por tuas palavras será condenado”.
Mateus 12:36, 37
.
Dirigiu então uma advertência aos que foram impressionados por
Suas palavras, que O ouviram de boa vontade, mas não se entregaram
para habitação do Espírito Santo. Não é só pela resistência, mas pela
negligência que a alma é destruída. “Quando o espírito imundo tem
saído do homem”, disse Jesus, “anda por lugares áridos, buscando
repouso, e não encontra. Então diz: Voltarei para a minha casa de
onde saí. E, voltando, acha-a desocupada, varrida e adornada. Então
vai, e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele, e, entrando,
habitam ali”.
Mateus 12:44, 45
.
Muitos havia nos dias de Cristo, e os há atualmente, sobre quem
o domínio de Satanás por algum tempo parecia ter cessado; mediante
a graça de Deus, foram libertados dos maus espíritos que exerciam
domínio sobre a alma. Regozijavam-se no amor de Deus; mas, como
os ouvintes do terreno pedregoso da parábola, não permaneceram em
Seu amor. Não se entregaram diariamente a Deus, para que Cristo
habitasse no coração; e quando o mau espírito voltou, “com outros